Quando se fala em aquecimento global, o que nos vêm á cabeça muito devido á informação que vamos recebendo, é o Dióxido de Carbono (CO2). Mas na verdade outro gás é igualmente responsável, se não até mais, pelo buraco na camada de ozono, esse gás é o Metano.
O Biologista evolucionário Robert Howard e o engenheiro civil e ambientalista Anthony Ingraffea divulgaram num estudo apresentado no jornal Climatic Change que os poços de Fracking (fractura Hidráulica) perdem 40% a 60% mais de Metano que os poços convencionais de gás natural, que é maioritariamente libertado quando são retirados os fluidos utilizados na operação de perfuração do poço e armazenados em grandes lagos ou tanques. O Metano, molécula por molécula cria cerca de 20 vezes mais aquecimento atmosférico que o CO2, a diferença é que o CO2 pode durar mais 15 a 70 anos que o Metano na atmosfera antes de desaparecer naturalmente. Num estudo científico tirou-se a conclusão que o Metano em 2050 contribuirá para quase 50% dos gases efeito de estufa, pouco mais de 20% serão de operações de gás natural. Neste momento a principal fuga de metano pela indústria petrolífera vêm dos gasodutos (fugas, derrames, dispositivos de controlo de pressão). Outro estudo publicado no jornal The Guardian, diz que o Metano dentro de 100 anos será 34 vezes mais potente que o CO2 para a subida do aquecimento global, e que num período inicial de 20 anos essa diferença será de 86 vezes. Noutro estudo da Academia Nacional de Ciências dos EUA, até as explorações de gás pelos métodos “tradicionais” resulta na libertação de metano mais elevada do que até recentemente era considerado “seguro”. Outra equipa de investigadores da Universidade de Duke chegou á conclusão que a concentração de Metano na água de consumo humano em locais dos EUA onde se pratica o fracking era 6 vezes maior do que o normal e que o Metano chegava a ser 23 vezes superior nos poços de água situados a um quilómetro da prospeção.
A Fractura Hidráulica (Fracking) é uma das soluções da industria petrolífera para extrair gás de xisto (shale gas) e Petróleo de rocha (Tight Oil/Shale Oil) em Portugal. Adicionando os vulcões de lama/hidratos de gás (Mud Vulcanos) encontrados ao largo da costa do Algarve e explorados para possível produção podemos ver a pegada ecológica de Portugal e mundial a aumentar drasticamente. Os vulcões de lama são tipicamente formados por água quente, misturada com vários minerais de depósitos subterrâneos, que são expelidos através da pressão criada pela terra. Cerca de 85% dos gases libertados é Metano, que está preso dentro de gelo. Com a intenção de explorar comercialmente estes vulcões de lama como fonte de energia “não convencional” (mais cara para extrair) as corporações farão a febre do planeta subir a novos limites com consequências assustadoras para o planeta e consequentemente para a sociedade humana.
Em Portugal este tipo de gás não convencional, o gás de xisto está provado existir na Bacia Lusitânica, em on-shore (terra). A Formação da Brenha, dentro da bacia lusitânica é a mais apetecível para a indústria, encontra-se principalmente na área do Bombarral, Cadaval e Alenquer, e na formação da Serra dos Candeeiros, Torres Vedras também é local de estudos. Também está identificadas Rochas produtoras de gás ou petroleo na Bacia do Algarve, e na Serra da Ossa e na área de Estremoz. Os gazes não convencionais mais procurados são o gás de xisto e o tight gas. Dos anos 30 aos anos 60 foram também realizados pequenos estudos na região de Lisboa. Em 2006 em Alcobaça foram encontrados fortes indícios de gás e em Torres Vedras foi recuperado petróleo. A formação de Coimbra é outra considerada rocha mãe (Shale gas). Ficando assim a parte norte como representante de Portugal de rochas geradoras de gás. No offshore (no mar), as concessões deep offshore no pré sal libertará novas gigantes quantidades de CO2. Todo nestas novas operações de extração de energias fósseis não convencionais para o séc XXI terá um impacto que tornará a terra febril, e os seus habitantes doentes. Se continuarmos assim, estamos a cometer eutanásia/suicídio colectivo.
A bacia Lusitânica ocupa cerca de 20.000 km2 da margem ocidental de Portugal, alongando-se por 200 km NW-SE e por mais de 100 km em perpendicular. 2/3 encontram-se na área continental em terra, o restante emersa (no fundo) no oceano. Da área do Alto Alentejo, pouco se sabe. Na bacia do Algarve os trabalhos estão activos, como também no Barreiro e toda a península de Setúbal.
Quase todas as reservas petrolíferas portuguesas são Reservatórios Pré sal, provavelmente de gás, em offshore (no mar), os conhecidos até agora na bacia lusitânica para no futuro serem explorados economicamente e serem rentáveis, o petróleo ou gás destes reservatórios é extraído perfurando-se um poço com brocas com diamante, resfriadas com um fluido (que é acompanhado com vários químicos). No final recorre-se á técnica de perfuração horizontal, depois provoca-se uma explosão e injeta-se gases ou líquidos para provocar fracturas, chamado processo de fracking.
Também o Flaring, como o avistado em Aljubarrota, quando dos testes de viabilidade económica é uma tecnologia utilizada nos complexos industriais petrolíferos, poços de extração e complexos de processos (transformações) químicos/as. É utilizada para queimar gás inflamável libertado durante as operações de perfuração e extração. Muitas vezes é injectado vapor para diminuir o fumo preto. Para o sistema estar seguro e manter uma pressão equilibrada existe sempre uma chama piloto a queimar constantemente. Esta técnica liberta Metano para a atmosfera. Na Nigéria a queima de gases através desta técnica equivale a cerca de 25% do consumo total de gás de toda a Grã-Bretanha, e equivalente a 40% do consumo de todo o continente Africano. Esta situação vai piorar com o aumento das explorações pré sal no Atlântico, na Europa e no mundo. Na Europa 99% do gás das explorações é capturado e injectado no chão. Todo isto pode mudar para pior, e vai mudar se nada for feito para resistir a este novo produto da indústria de extração, da indústria das energias, da indústria dos transportes, das embalagens, da indústria de consumo.
No site da SGS Portugal S.A. as jazidas de metano (coal bad’s metane). O gás metano nas jazidas é considerado uma fonte potencial de rendimentos adicionais para a indústria de mineração, se recuperado de forma econômica. Pretende realizar estudos para mapear e quantificar os recursos de gás associados ao cravão e promover a produção de metano de jazidas de carvão (CBM) e de metano de mina de carvão (CMM).
Para o séc XXI, os problemas da extração de energias fósseis vai chegar ao quintal dos europeus, pode muito bem ser no teu quintal… A perceção dos europeus sobre gás e petróleo vai mudar… falta saber mudar para que lado. Para o lado da resignação, submissão e aceitação? Ou da liberdade, igualdade, direitos e amor?… A informação está ai, a verdade é visível, o impacto da indústria está a ser sentido por todos nós há muito, vamos deixar piorar, sem tentar resistir?
“Com produção e o consumo de energia sucede algo análogo ao caso da tecnologia industrial: nas condições actuais é impossível que a sociedade se aproprie da energia sem fazer um exame das suas necessidades.” Los amigos de Ludd; Las Ilusions Renovables.