O efeito estufa acontece naturalmente, sem ele não seria possível estarmos vivos, porque sem ele a temperatura média na terra rondaria os -10 graus em vez dos 14 graus (entre os -60 graus e os +40 graus) registados no sec XX. Acontece devido aos gases efeito de estufa que impedem que o calor escape para o espaço. O efeito de estufa dá-se na atmosfera. A atmosfera é uma camada que envolve a Terra composta de gazes, principalmente Nitrogênio (N2) e o Oxigénio (O2) que compõem 99% da atmosfera. No restante 1% estão presentes vários outros gases, como o Oxido Nitroso (N2O), Perfluorcarbonetos (PFC’s) e vapor de água mas vamo-nos concentrar em outros dois gases que fazem parte da atmosfera, o Dióxido de carbono (CO2) e o Metano, os grandes responsáveis pela destabilização da camada de Ozono, criando o aquecimento global, porque são dois dos principais gases que se estão a acumular na camada de ozono, juntamente com o Oxido Nitroso (N2O). O aumento desses gases estão a fazer a temperatura da Terra subir, e segundo estudos, se nada se fizer para mudar o nosso modo de vida, a temperatura na terra pode aumentar 6ºC até ao fim do século. Se não se parar o aquecimento global a vida como a conhecemos nunca mais será a mesma. O calor aumentará as mortes por dificuldades respiratórias, doenças cutâneas e sede, tufões, maremotos, consumo de alimentos transgénicos, vai também acelerar o derretimento dos glaciares o que vai fazer subir o nível da água, criando o caos nos litorais de todos os continentes, e o total desaparecimento de ilhas. Não menos importante é necessário mais uma adaptação tecnológica para ser possível sobreviver em cidades, que vai necessitar de mais matéria-prima, mais gases, mais desigualdade. Basta olhar á privatização das águas através do globo, para as guerras em vários locais do mundo por rios, pedaços do mar, lençóis de água e por “água potável”. Basta olhar aos mares de plástico no Oceano. Basta olhar para o Qatar, e depois para países como a Nigéria ou mais abaixo, basta olhar para Portugal, para as nossas aldeias e depois para países como a China. Existem duas direções, com vários caminhos, uma é ir atrás da mentalidade capitalista dos EUA, a outra é completamente o Oposto, sem atalhos ou passar por uma portagem na direção do comércio livre.
Para mudarmos a tendência de subida da temperatura na Terra, é necessário mudar o nosso estilo de vida e deixar as reservas de gás, petróleo e carvão no sobsolo, e também outras fontes de energia como a Nuclear e a nanotecnologia. É preciso recusar o progresso, e o aparecimento e pagamento das crises financeiras com recursos naturais, e muito importante, recusar a utilização de tecnologia para manipular o mundo natural.
Os hidrocarbonetos nas suas várias formas são considerados os culpados pela maior causa de gases efeito de estufa. A culpa está concentrada no Dióxido de Carbono, conhecido como CO2. As corporações para saberem que quantidade de combustíveis fósseis podem queimar, para se diminuir os gases efeito de estufa, tentam adivinhar a sensibilidade do clima ao aumento de CO2. A concentração de gases efeito de estufa na atmosfera atingiu 394 partes por milhões, muito acima dos 280 ppm antes da Revolução Industrial. Alguns cientistas dizem que 350ppm seria um valor mais seguro, os governos internacionais decidiram-se pelos 450ppm, o que levará á subida da temperatura da Terra em 2ºC, nas próximas décadas. Mas na verdade ao ritmo que vamos, este limite vai ser ultrapassado. Físicos da universidade de Oxford lançaram a estimativa que o mundo podia aguentar 1 trilião de toneladas métricas de carbono na atmosfera até 2050 para se manter a subida de temperatura abaixo dos 2ºC. Até aos dias de hoje, a criação de animais, a queima de combustíveis, o desmatamento e o derretimento dos glaciares já colocaram quase 570 biliões de toneladas métricas de carbono na atmosfera. Mais, se fossem queimados todos os combustíveis fósseis disponíveis hoje, o aquecimento global subiria mais de 10ºC, seja a que ritmo for.
Novas tecnologias permitem às petrolíferas continuar os seus trabalhos, extraindo fontes não convencionais de combustível, como as Tar Sands (areias betuminosas), Fracking (Gás de Xisto), Deep Offshore, Tight Oil, Mud Vulcaneos (Vulções de Lama), etc…
As Tar Sands (areias betuminosas) do Canada e Venezuela, são da família das que foram encontradas em Portugal no virar da década 20 para a década 30 e que puseram Portugal no mapa das petrolíferas, são uma das novas apostas da indústria petrolífera, e o maior projecto empresarial do mundo. Se queimássemos só o petróleo do projecto das Tar Sands de Alberta, Canada a temperatura subiria 0.4 ºC, seriam mais 240 biliões de toneladas métricas de CO2 na atmosfera. A indústria Tar Sands emite mais gases efeito de estufa que o Quénia e a Nova Zelândia juntos, e é uma indústria em expansão. No final produzir e processar o petróleo das Tar Sands resulta numa percentagem de mais 14% de gases efeito de estufa do que o petróleo “convencional”, sem contar transporte, e utilização do cliente. Só o projecto da Shell no Canada, Shell’s Jackpine mine; que está em apreciação, se aprovado será responsável por 1,18 milhões de toneladas métricas de CO2 por ano. Este projecto como outros dependem da aprovação para a construção do gasoduto Keystone XL, que dará a possibilidade de adicionar mais 830,000 mil barris por dia de petróleo, aos já transportados dos projectos Tar Sands canadianas. Neste Momento a indústria tenta oferecer petróleo sem fim por comboios, camiões, oleodutos e quer construir portos para grandes petroleiros, o que aumenta ainda mais a sua pegada ecológica. Estão apresentados projectos para construir uma linha férrea para transportar 5 milhões de barris por ano de Fort McMurray até ao terminal petrolífero do Alasca. Para minimizar o seu impacto a indústria recorre a troques burocráticos como manter o Pet coke, um tipo de carvão, que advém do tratamento do crude para produzir petróleo, gasolina e jet fuel, fora do controlo de contagem das emissões das Tar sands ao ser considerado um sub produto. O Pet coke é queimado em estações de transformação. No Canadá são produzidos 10 milhões de toneladas métricas de CO2 por ano, as refinarias dos EUA produzem mais de 61 milhões Tm por ano. É o combustível mais sujo que existe, produzindo pelo menos mais 30% de CO2 por tonelada, uma quantidade equivalente á pior qualidade de cravão. Para pintar as suas acções de verde, as corporações apresentaram as suas soluções para a emissão de CO2 para a atmosfera, uma é a tecnologia CCS (carbon-capture-and-storage). O projecto da Shell, conhecido como Quest, previsto estar acabado para 2015, irá capturar 1 milhão de Tm de CO2 por ano, pouco mais que 1/3 de emissões totais da operação da Shell no local. Os produtores em Alberta pagam $15 por tonelada métrica de CO2, por qualquer emissão acima do objectivo para reduzir em 12% o total de emissões de gases efeito de estufa emitido pelo total de barris produzidos. O fundo colectado pelas “multas” de quem ultrapassa os limites é para ser investido em tecnologias limpas, mas mais de 75% dos projectos estão focados em reduzir as emissões das Oil sands, dos petróleos não convencionais e outros combustíveis fosseis, o que diz muito das intenções. Para que mais empresas utilizem esta técnica o preço do carbono teria de ser $100 dólares. O preço do carbono é uma jogada politica, incentivada pelas corporações. Segundo o ex Ministro da Energia de Alberta, Canada, Ron Liepert “Dá-nos alguma munição quando as pessoas nos atacam pela nossa pegada ecológica”.
Fracking (Gás de Xisto) e CO2
O CO2 foi apresentado pela indústria do Fracking como possível substituto da água nas operações de extração de gás natural não convencional. Neste momento não parece estar para acontecer devido a problemas técnicos e infraestruturas limitadas, pelo menos é esta a opinião da General Electric Co, que espera gastar 10 bilhões de dólares num estudo que iniciou sobre o assunto. Isto também significa que as empresas continuarão a gastar cerca de 2 milhões de gallons (1 gallon= 3,7 litros) de água por cada poço fracturado (mais ou menos a média de água gasta por 40.000 pessoas). O estudo da GE com o CO2, pretende cria uma mistura (Super-critical fluid), que nem é líquida nem sólida para a fractura hidarulica necessária para a extração de gás natural, técnica conhecida como Fracking. A Statoil ASA, petrolífera Norueguesa também coopera no estudo. A ideia não é nova, a utilização de CO2 para Fracking foi utilizada em 1990, pela empresa Canadian Fracmaster, antes de falir. O interesse da indústria petrolífera por esta tecnologia não é por acaso, fora a pressão para se diminuir a emissão de CO2, segundo estudos fracturar com CO2 melhora a produção dos poços. Fracturar gás de xisto com CO2, transforma a goma semi liquida em gás, e no fundo é isso que a GE e a Statoil procuram uma forma do CO2 que não fuja para atmosfera quando sobe de volta com o gás e deixar de utilizar a técnica conhecida como Flaring (Queima de Gás). A GE também está trabalhar com o U.S. Departement of Energy para perceber como os geradores e energia a carvão podem melhor capturar as emissões de CO2 e utiliza-lo para Fracking e outras utilizações. O estudo da GE e da Statoil utiliza CO2 de fornecedores indústrias como Linde e Air Liquide. Ao ir para frente esta nova tecnologia entrará no negócio da Captura e Armazenamento de Carbono (CCS).
Uma acção necessária nos poços de extração de energias fósseis é a queima de gazes para controlar a pressão, está técnica é conhecida como Flaring (Como aconteceu em Aljubarrota quando dos testes da Mohave Oil). Esta técnica contribui significativamente para as emissões de CO2, cerca de 1% das emissões mundiais (com o aumento do Deep Offshore e do Fracking este valor vai ser considerado irrisório). Mesmo quando não se utiliza o flaring, existe sempre uma pequena quantidade de gás a ser queimado continuamente (Chama Piloto), para que o sistema controle a pressão dos poços. Esta técnica foi iniciada nos anos 60 pela Shell na Nigéria, com os impactos que já se conhece, pode-se dizer que em 2004, segundo o Banco Mundial a Nigéria queimava 75% do gás que produzia. Uma das alternativas para as empresas, não é parar, é sim re-injectar o CO2 no Chão. Em Portugal já se realizam estudos para locais de armazenamento de CO2 no sobsolo, por parte de um consórcio entre a Faculdade de Ciências e Tecnologia/Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Évora, Laboratório Nacional de Energia e Geologia, REN e Bellona Institute, a implementação da captura e armazenamento de CO2 em Portugal não está prevista para antes de 2030. No entanto já se sabem de alguns locais escolhidos; Bacia do Porto (offshore), Bacia Lusitaniana (offshore e onshore) e Bacia do Algarve (offshore) são os locais na linha da frente, Sendo um dos mais elçegiveis a localidade Serra do Bouro, perto de Caldas da Rainha, muitos mais aparecerão. Em 2009 a Tejo Energia apresentou o projecto KTEJO, que pretende criar condições para a instalação da técnica CCS (captura e Armazenamento de CO2) na Central Termoelétrica do Pego. Outra “tecnologia” para capturar carbono é a criação de algas que reduzem o CO2 e o NO2, que o governo português contempla no seu plano HyperClister do mar, para melhorar a economia portuguesa. O CO2 como outros ex-excedentes das indústrias, de lixo tóxico, ou de algo que tinham de pagar para se verem livres, agora passa a um negócio de lucro, não se muda o comportamento, continua-se na Utopia da solução capitalista. No zona oeste, Extremadura, foi criada a oeste Sustentável, agência com projecto de captura e comércio de carbono, a sua área é 90% a mesma que a apontada para as explorações petrolíferas on shore em Portugal na bacia Lusitânica.
Metano
Até aqui concentrámo-nos no CO2 agora vamos falar do Fracking (gás de xisto) e do gás Metano (CH4). Robert Howard, ecologista e biologista evolucionário e Anthony Ingraffea, engenheiro civil e ambientalista divulgaram que os poços de fracking perdem 40% a 60% mais metano que os poços convencionais. O Metano cria mais calor na atmosfera do que o CO2. O Metano do metano é mais rápido porque fica na atmosfera cerca de 12 anos, enquanto o CO2 fica de 30 a 95 anos. Sabendo-se o que se sabe hoje, tudo indica que o metano contribuirá para 44% dos gases efeito de estufa produzido nos EUA, muito devido á criação de gado e ao Fracking (gás de xisto) com 17%. O maior problema hoje tem sido as fugas nos gasodutos e o flaring. Num estudo assinala-se que milhares de poços de gás para Fracking estarão a operar por todo o mundo, e mais milhares estão projectados, o que tornará o Metano o novo alvo do problema das alterações climáticas. Os vulcões de Lama (Mud Vulcanos) como os filmados na Bacia de Cádis durante uma missão científica, e como aqueles encontrados em águas portuguesas também na Bacia de Cádis e na Bacia do Algarve a libertar Metano leva as corporações a acreditar ser uma boa fonte de gás e petróleo. No plano energético português são chamados de Hidratos de Metano, um recurso energético. Esta forma de fonte de energia ao espalhar-se pelo mundo, vai aumentar o Metano libertado para a atmosfera. O hidrato de metano são conhecidos como gelo-de-fogo, é um cristal com metano natural preso lá dentro, são encontrados nas margens das placas continentais, onde o mar se aprofunda. Os Continentes estão cercados, e muitos olham para elas como a salvação para a sua independência energética. Segundo Chris Rochelle da British Geological Survey existe mais energia nos hidratos de Metano do que no petróleo mundial, carvão e gás juntos. Ao se baixar a pressão ou aumentar a temperatura, o hidrato derrete ficando água e metano – muito metano. Um metro cubico de composto liberta cerca de 160 metros cúbicos de gás. O metano que escapa pode ser 30 vezes pior do que o CO2. Países como os EUA (com 5 projectos a correr), o Canada, e o Japão já gastaram milhões de dólares em pesquiza e em projectos teste, enquanto a Coreia, India e China olham por cima do ombro dos primeiros países. Queimar Metano liberta também CO2.
Agricultura e efeito de estufa
A Agricultura depende bastante dos factores climáticos. Mas ao mesmo tempo, é a principal responsável pela emissão de gases efeito de estufa. Pensa-se que o sector agrícola faz aumentar os gases efeito de estufa em 20% por ano, considerando-se só o Metano o CO2 e o Óxido Nitroso. O desmatamento para monocultura de alimentos é um dos líderes dos problemas. Estima-se que foram libertadas 1,6 biliões de toneladas de carbono para atmosfera devido ao desmatamento por derrube ou fogo na dec de 90, para outro uso da terra. A “transpiração” de uma floresta é bem maior que qualquer cultivo ou pastagem, com essa mudança no uso do solo, a quantidade de água a evaporar para atmosfera diminui, alterando o ciclo hidrológico (Ciclo da Água).
“Na Amazónia, por exemplo estudos preveem que a temperatura poderá subir de 5 a 8ºC até 2100 e a redução de chuva pode chegar a 20%.” Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
O aquecimento global não vai só fazer subir o nível dos Oceanos, também vai fazer subir a sua temperatura. Em 2009 a temperatura dos Oceanos atingiu um novo valor máximo, 17 graus Celsius. Esta subida de temperatura tornam mais fortes os tufões. Com subidas de 1 ou 23 graus Celcius, começam a desparecer Corais, como acontece na Grande Barreira de Coral (Ao Largo de Papua Ocidental e Papua Nova Guiné), contêm 400 tipos de corais, 1,500 espécies de peixes e 4.000 de moluscos. É considerada Património da Humanidade pelas Nações Unidas, mas está na lista do Património Mundial em Perigo. Outro problema vai ser a alteração das correntes oceânicas. As correntes são levadas pela temperatura e salinidade das águas, e são estas que transmitem o clima aos continentes. Para designar estas correntes, deu-se-lhes o nome de Cinturão (circulação de marés oceânicas). A diluição da salinidade do oceano através do degelo e aumento das chuvas pode desequilibrar o rumo do Cinturão. O derreter do Ártico e do lençol de Gelo da Gronelândia pode arrefecer a água dramaticamente o que provoca grandes impactos na vida de mamíferos marítimos, que também sofrem com o aquecimento dos Oceanos ao verem o gelo a derreter levando consigo um habitat que permite o aparecimento de alimento para o Krill que por sua vez alimenta grandes baleias. A subida de temperatura das águas também afecta os mamíferos marítimos, que ficam desorientados e encalham nas praias. A população de pinguins diminuiu cerca de 30% na Antártida, devido á deterioração do seu habitat. Todos os animais marítimos e terrestres vão ficar mais doentes devido á subida de temperatura dos Oceanos.
Agora juntamos a maquinaria necessária á agricultura moderna (Aviões, supermáquinas, Cargueiros, Camiões, fábricas de transformação alimentar, embalagens e postos de venda) e a soma de poluição, deixa os nossos banhos de 10 minutos, um clichê. Completamente dependente do petróleo, sufoca-se a si própria e arrasta o resto do mundo consigo. O transporte e tratamento de alimentos da produção ao consumidor é alarmante, com o negócio assente em exportação/importação mantêm países reféns de ajudas, e outros com armazéns cheios, mostrando “solidariedade”. Segundo as Nações Unidas: “O sector do transporte deverá gerar um nível tão elevado de emissões de gases com efeito de estufa no futuro que tem de desempenhar um papel fundamental na formulação do acordo mundial sobre alterações climáticas.”
Quando era pequenininho aprendi que a febre combate-se de duas maneiras…Supositório e paninhos de água!… Ou combater a causa com o que se puder ou souber…