Este domingo 11 de março, o Climáximo esteve na meta da 28º Meia-maratona de Lisboa, a informar os atletas sobre o principal patrocinador da corrida – a EDP.
Nos intervalos solarengos das breves torrentes de chuva e fustigantes rajadas, os atletas (muitos embrulhados em cobertores de sobrevivência) saíam de debaixo de arcadas e chapéus de esplanadas, alheios à ironia da situação:
é que terá sido a primeira vez nas 28 edições da corrida que o patrocinador teve de alterar de véspera o percurso devido a condições meteorológicas extremas que ele próprio tem ajudado a causar.
A EDP teima em manter em funcionamento a central termoelétrica de Sines, uma das mais poluentes centrais de carvão da Europa, e a instalação industrial mais poluente de Portugal, responsável por mais de 10% de emissões nacionais de CO2.
A gigante da energia é a primeira a reconhecer os impactos nocivos da queima de combustíveis fósseis e nuclear: “alterações climáticas, poluição atmosférica local resultante da emissão de gases poluentes, e geração de resíduos perigosos (com particular relevância nas centrais nucleares), entre outros”.
Mas apesar de gostar de se apresentar com imagens de turbinas eólicas, a EDP continua a explorar a central de carvão de Sines, e aumenta a queima deste combustível sujo sempre que isso lhe é “economicamente interessante”.
Os combustíveis fósseis são uma opção arcaica, suja e nociva.
Descarbonizar a produção de energia é o único plano viável para continuarmos a desfrutar de um planeta onde se pode viver, prever as estações do ano… e praticar desporto ao ar livre.