O novo relatório “Lutar para vencer: o impacto no clima do movimento português anti-petróleo” do Climáximo mostra que as recentes vitórias do movimento contra a prospeção e exploração de petróleo e gás em Portugal conseguiram prevenir emissões de gases com efeito de estufa. Os autores concluem que ativismo pode ser a forma mais eficaz de os cidadãos reduzirem os seus impactos climáticos.
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O movimento anti-petróleo em Portugal preveniu já as emissões de aproximadamente 10 mil toneladas de CO2 nos últimos dois anos, graças ao cancelamento e adiamentos de contratos de exploração de gás e petróleo. O movimento conseguiu pressionar o governo para cancelar, ou não renovar, dois terços dos contratos existentes no início da legislativa e ainda conseguiu fazer adiar o furo de Aljezur do consórcio ENI/GALP, inicialmente marcado para 2016.
As conclusões do estudo são duas: (1) Os movimentos sociais são capazes de produzir resultados incríveis. (2) Participar em movimentos sociais será, possivelmente, a estratégia individual mais eficiente para redução de emissões: as emissões evitadas chegam, por ativista, aos 75% das emissões anuais médias de uma pessoa portuguesa, uma redução muito mais elevada do que em qualquer outra estratégia.
Todas as vitórias são temporárias e parciais, mas os impactos da crise climática não o são. Neste relatório, os autores, Sinan Eden (ativista do Climáximo) e Luís Fazendeiro (ativista da Plataforma Algarve Livre de Petróleo e investigador em transição energética) pretendem celebrar as vitórias do movimento até hoje e apelar à população portuguesa para que se junte a esta luta.
O relatório está disponível em inglês e em português:
The new report “Fight to Win: the climate impact of the Portuguese fossil-free movement” by Climáximo shows that the recent victories of the movement against oil and gas projects in Portugal succeeded in preventing a significant amount of greenhouse gas emissions. The authors conclude that activism can be the most efficient way for ordinary people to reduce their climate impact.
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The fossil-free movement in Portugal prevented approximately 10 thousand tons of CO2 emissions in the last two years, thanks to cancellations and postponements of oil and gas contracts. The movement successfully pressured the government to cancel or not renew two-thirds of the contracts which were valid in the beginning of its mandate, and further forced the Aljezur drill by ENI/GALP -originally set for 2016- to be postponed.
The report has two main conclusions: (1) Social movements are able to produce incredible results. (2) Participating in social movement is arguably the most efficient strategy for each individual in Portugal to reduce her/his greenhouse gas emissions: the avoided emissions reach 75% of annual emissions per activist, a value much higher than any other strategy.
All victories are temporary and partial, yet the impacts of climate crisis are not. In this report, the authors Sinan Eden (Climáximo activist) and Luís Fazendeiro (Plataforma Algarve Livre de Petróleo activist and energy transition researcher) intend to celebrate the victories of the movement until today and invite the Portuguese population to join the fight.
The report is available in English and Portuguese.
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