Os efeitos das alterações climáticas agravam as injustiças sociais nas nossas sociedades. O Norte Global emite CO2, os países no Sul Global ficam inundados com tempestades ou com a subida do nível do mar. As empresas expropriam os povos indígenas para extrair combustíveis fósseis, depois financiam também o negacionismo das alterações climáticas, e as populações sofrem as secas crónicas. Os ricos poluem, os pobres (que, por acaso, também acabam por ser não-brancos) adoecem com a poluição.
Tudo isto acontece porque o sistema capitalista vê as pessoas não como pessoas, mas como consumidores. Por isso, no capitalismo, uma pessoa que nasceu num bairro social ou que imigrou para um outro país em procura de melhores condições de vida não vale o mesmo que um homem branco de classe média-alta. O capitalismo herda o racismo do colonialismo e agrava-o.
“O racismo na política é gritante, seja pela ausência de representatividade política de negros/as, ciganos/as e imigrantes, seja por atos racistas de vários representantes políticos. São grandes as desigualdades no acesso à educação, saúde, habitação, justiça, cultura e ao emprego com direitos para negros/as, ciganos/as e imigrantes. Mas o silêncio dos sucessivos governos e das organizações políticas, na sua maioria, sobre o racismo e xenofobia é aterrador.”
As ondas de refugiados climáticos vão ser maiores à medida que os anos passam e essas pessoas têm o direito de ter uma vida digna, tal como todos nós! Se os nossos governos descriminam os que já cá vivem, o que farão com os que ainda virão?
Não podemos deixar perpetuar o capitalismo que trata as pessoas como mercadorias. Nem em Portugal nem na União Europeia.
Como o capitalismo é racista, a crise climática que o capitalismo gera atinge e descrimina de forma racista.
Climáximo vai estar presente na Mobilização Nacional de Luta Contra o Racismo no dia 15 de setembro de 2018. Não há justiça climática sem justiça social. Junta-te aos protestos este sábado às 15h00 em Lisboa, Porto e Braga.