O Climáximo, colectivo pela justiça climática, interrompeu a cimeira Coaltrans – World Coal Leaders Network, no hotel Epic Sana e no Palácio da Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa. Dezenas de activistas interromperam uma sessão no primeiro dia da cimeira no Hotel Epic Sana e bloquearam a entrada dos participantes na recepção no Palácio da Rocha do Conde de Óbidos. Perante a emergência climática global, iniciativas como esta cimeira da Coaltrans são coligações criminosas cuja única agenda é garantir a continuação de uma indústria responsável pelo colapso do sistema climático.
O Climáximo interrompeu a sessão de abertura da conferência denunciando os presentes como responsáveis por catástrofes climáticas por todo o mundo e como organização criminosa cujo objectivo final é garantir a manutenção de lucros à custa da destruição do equilíbrio climático. Os activistas convidaram os participantes a sair da sala, a sair da indústria do carvão e a sair do seu modo de vida parasitário que coloca em risco todas as gerações actuais e futuras. Algumas das principais empresas presentes, como a Carbo One, a XCoal, a Balamara Resources, a Bettercoal, a CMC Coal, a SIBAnthracite e outras, foram expostas como responsáveis directas pela mortes de milhares de pessoas todos os anos. Os participantes abandonaram a sala, tendo sido interrompida a sessão. O hotel Epic Sana, que há três meses atrás acolheu uma cimeira europeia de neonazis foi também denunciado por acolher uma conferência de criminosos que se juntam para organizar o colapso climático.
Mais tarde, dezenas de activistas bloquearam a entrada dos participantes na recepção formal do evento no Palácio da Rocha do Conde de Óbidos, com a segurança privada do evento a ter de retirar as activistas. Mais de três de dezenas de activistas denunciaram os principais organizadores do evento com cartazes e faixas exigindo o fim do carvão, das negociações para manter o comércio de carvão e a responsabilização destes executivos e “traders” como criminosos climáticos, que devem ser travados imediatamente.
O relatório de Outubro de 2018 do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas reiterou o que já se sabia com o Acordo de Paris: não deve haver quaisquer novos projectos de combustíveis fósseis para manter a temperatura abaixo dos 2ºC e para manter esse aumento abaixo dos 1,5ºC é necessário cortar 50% das emissões globais de gases com efeito de estufa até 2030. Isso é estritamente incompatível com a manutenção da indústria do carvão, do petróleo e do gás.