Há um ano atrás, nada faria prever que a COP 25 tivesse tanta dificuldade em encontrar um anfitrião. Primeiro, o Brasil e depois o Chile abandonaram a sua organização, por motivos distintos.
Atualmente, o Brasil é governado por Jair Bolsonaro que assume abertamente o seu desinteresse perante as questões ambientais, juntando as suas odiosas declarações com a revogação de leis de proteção ambiental. As catástrofes ambientais deste ano: incêndios na Amazónia, em Julho e Agosto, e o derrame petrolífero do Nordeste, do qual pouco se sabe, não tiveram uma resposta eficaz dos serviços públicos, no sentido de conter a destruição causada aos ecossistemas únicos no planeta Terra. Posicionando-se como um negacionista, Jair Bolsonaro abandona o Acordo de Paris e a organização da COP 25, que foi relocalizada para o Chile, país que pode ser importante no futuro da transição energética pela exposição solar, no norte do país.
Nas últimas duas semanas, estoirou a contestação ao governo chileno, devido ao aumento dos preços da eletricidade e dos passes do metro. As sucessivas medidas de austeridade deram origem a manifestações nas ruas de Santiago onde milhões de cidadãs se manifestam contra as medidas de austeridade que agravam, cada vez mais as desigualdades sociais no país. Adotando uma posição opressiva, o governo de Sebastian Piñera declarou o estado de emergência e convocou as forças militares, levando à morte de pelo menos 19 pessoas. A violência e o desrespeito pelos direitos humanos são hoje, a maior preocupação da ONU, no Chile que não tem condições para acolher a Conferência do Clima.
Finalmente, a COP 25, ruma a Madrid, entre os dias 3 e 12 de dezembro. A mobilização massiva nas últimas Greves Climáticas mundiais e Extintion Rebbelion promete a menos de um mês do seu início, uma convergência absoluta de jovens e cidadãos que denunciam o papel criminoso de determinadas multinacionais, companhias petrolíferas e energéticas e de políticos, que continuam após 24 conferências a ignorar os limites do tempo útil para terminar com a destruição dos ecossistemas e neutralizar as emissões de gases com efeito de estufa que colocam em perigo as condições de vida da espécie humana, principalmente nos países mais vulneráveis, que na maior parte dos casos são os menores responsáveis e com menor peso nas negociações.