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Acção climática: devemos levar o Governo a sério – João Camargo
Quando membros do governo português falarem de políticas climáticas temos de reconhecer que estas políticas existem. Umas pertencem ao reino da fantasia dos potenciais cortes eventualmente feitos para uma potencial futuro de “baixo carbono”, outras visam o eventual acesso a fundos europeus, há ainda os usuais truques de contabilidade, as “oportunidades” da transição e, finalmente, há as políticas climáticas que agravam a crise climática e aumentam as emissões. Actualmente, essas são, em Portugal e no mundo, as principais políticas climáticas.
O petrokeynesianismo – João Reis
O documento “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica e Social de Portugal – 2020-2030”, encomendado ao barão do petróleo António Costa e Silva, não desaponta: um plano para o extrativismo rentista sob as vestes de um Green New Deal, patrocinando lucros privados com subsídios públicos. O documento vagueia por temas como a criatividade digital, política atlântica, impressão 3D, filmes de Stanley Kubrick, e até Kant é citado. Mesmo não sendo específico ou mensurado são claras as direções deste Cônsul da República.
Plano de Recuperação Económica, mas para quem? – Matilde Alvim
Como se já não bastasse a evidente insuficiência das políticas do Governo face à crise climática, o escolhido para elaborar um plano de propostas para a recuperação económica do país nos próximos anos é o director executivo de uma empresa petrolífera com negócios em todo o mundo. Recentemente, foi revelado o Plano de Recuperação Económica, elaborado por António Costa e Silva. Ao longo das dezenas de páginas, o director executivo da Partex defende com entusiasmo as suas propostas de resgate ao lucro, às empresas e à banca, explicitando num discurso incoerente a sua determinação a levar-nos rumo ao caos social e climático. No “brilhante” plano, Costa e Silva reconhece a ameaça da crise climática e promove termos como “transição energética” e “descarbonização”.
Capitão Banal – João Camargo
Este não é o primeiro e seguramente não será o último artigo a comentar o “Plano de Recuperação Económica e Social de Portugal”, escrito por António Costa e Silva, professor do Instituto Superior Técnico e CEO da Partex Oil&Gas. Muitas apreciações, quer pelo conteúdo, quer pelo timing, consideram que o destino do “plano” é o mesmo que o do Guião da Reforma do Estado de Paulo Portas. Discordo desta análise. A banalidade nociva vertida parágrafo após parágrafo neste relatório é um espelho do corpo técnico que sustenta a burguesia portuguesa e no qual a mesma se revê, o que torna a probabilidade de o mesmo ser levado a sério perigosamente real.