O Orçamento do Estado prepara-se para ser aprovado na generalidade. Este é um Orçamento que se agarra à esperança de que, quando acabar o confinamento, o sistema ainda se encontre mais ou menos intacto. As alterações climáticas surgem na secção do Ambiente de Ação Climática, na qual a neutralidade carbónica é apontada para a tardia data de 2050. A este objetivo é dedicada a tímida quantia de 2% do total do Orçamento do Estado. Nenhuma novidade: mais um orçamento fóssil.
Os chilenos votaram no domingo de forma esmagadora a favor de uma nova Constituição para substituir a herdada da era do ditador fascista Pinochet, num referendo realizado um ano após uma revolta popular contra a desigualdade social, a austeridade e o modelo económico neoliberal.
Na Sibéria, o Mar de Laptev mantém-se em estado líquido. Nunca, desde que há registos, se verificou um congelamento tão tardio no Mar de Laptev, considerado uma das maternidades do gelo do Ártico. Cientistas do clima atribuem o atraso a uma recente onda de calor anormal no norte da Rússia e à intrusão de águas do Atlântico. A temperatura das águas na área está cinco graus acima do habitual para esta época, em linha com o inverno passado.
Ativistas da Extinction Rebellion bloquearam a petroquímica INEOS, a maior poluidora da Escócia. Mais de 40 pessoas participaram na acção, bloqueando a entrada da fábrica durante mais de 10 horas. No total, a INEOS foi responsável pela emissão de 3,2 milhões de toneladas de CO2 em 2019. O seu dono, Jim Ratcliffe, é o 75º homem mais rico do mundo.
A plataforma Austríaca pela Justiça Climática “System Change, not Climate Change” bloqueou a estrada em frente à Federação Austríaca da Indústria em Viena, com recurso a tripés, lock-ons e mais. As exigências foram 1. Viena sem carros; 2. Reconfiguração da produção: mais comboios e bicicletas, menos carros. 3. Paragem imediata dos projetos de construção com grandes emissões de gases com efeito de estufa; 4. Socialização do setor da mobilidade; 5. Fim dos subsídios aos poluidores.
Esta sexta-feira, dia 23 de Outubro, a UE aprovou uma nova Política Agrícola Comum (PAC) que alimenta a destruição ecológica com quase 400 mil milhões de euros. A proposta que vai estabelecer o orçamento agrícola dos próximos 7 anos foi negociada em convénios à porta fechada e as emendas que ligavam a PAC aos objetivos do Acordo de Paris e aquelas que integravam os objetivos do Pacto Verde Europeu na proposta foram chumbadas – tornando estas metas (que já eram insuficientes) inalcançáveis. Esta PAC contribui para a erradicação da biodiversidade e não apoia pequenos-agricultores – apoiando, de modo desproporcional, a minoria poderosa do agro-negócio – apenas 20% do número de agricultores, que recebem 80% do orçamento.
Estes despedimentos, metade dos quais já foram concretizados, acontecem enquanto a TAP desenha o plano de reestruturação da companhia aérea, no âmbito do apoio público de 1,2 mil milhões de euros que lhe foi prestado. Esta abordagem mantém-se na lógica de colocar os interesses do capital acima da vida humana e dos limites do planeta. Para mudar de direcção, é essencial que o plano de reestruturação da TAP seja elaborado de acordo com uma política de transição energética que respeite, não só os limites demarcados pela ciência climática, como os direitos de todos os trabalhadores, tal como defendido pelo Climáximo.
UE chega a acordo sobre Neutralidade Carbónica em 2050, mas ainda sem meta para 2030.
Os ministros do ambiente dos estados membros chegaram a acordo esta sexta-feira, sobre neutralidade carbónica em 2050. Este acordo obriga legalmente os países da UE a cumprirem a meta de 0 emissões líquidas em 2050. Nenhum dos países da UE votou contra, tendo a Bulgária sido a única que se absteve. A decisão sobre que meta deve ser atingida em 2030 será decidida em Dezembro e terá de ser aprovada por unanimidade. Chega mesmo a ser permitido que alguns países façam mais emissões se outros fizerem menos. O parlamento europeu também tem de aprovar e tenciona obrigar a que cada país cumpra a meta individualmente.Já o preço das licenças no mercado de carbono da UE subiram 5% na sexta de manhã em antecipação da decisão dos ministros, porque as metas climáticas da UE devem restringir a oferta destas licenças
União Europeia já arrancou com a emissão de dívida conjunta. Procura recorde é 14 vezes superior à oferta. Isto acontece num contexto em que o programa de dívida conjunta se apresenta como o único obstáculo ao o colapso generalizado da economia europeia. A procura elevada é um reflexo da possibilidade de colapso generalizado da economia, que faz com que os ativos mais fiáveis como a dívida soberana sejam mais procurados – flight to safety.