Radar Climático – 16 de Março

Com o pretexto de procurar autossuficiência energética, o governo pretende avançar com um grande leilão eólico offshore este verão

O governo está a utilizar o pretexto de crise energética europeia (cortar a dependência do gás da Rússia) para seguir com o seu plano de expansão energética, agora no mar. O concurso será por leilão, já tendo sido recebidos projetos de 5GW de produção. Em resposta a perguntas relativas ao impacto ambiental de tal iniciativa, Matos Fernandes responde, como sempre, que agirá de acordo com as avaliações de impacto ambiental, mas que nalgum lado há de ter de ser.

Esta tendência está-se a verificar em vários países da Europa, devido ao aumento dos preços dos combustíveis fósseis, consequente da guerra. Por exemplo, também no Reino Unido se prevê uma expansão massiva de parques eólicos, não por motivos relacionados com a crise climática, mas sim de “segurança”.

Na nova avaliação feita pelo júri sobre o que acontece à antiga central a carvão do Pego, o projeto da empresa espanhola Endesa leva a dianteira. Ao contrário do projeto da Tejo Energia, que previa continuar a aproveitar as instalações do Pego para queimar agora biomassa, o projeto da Endesa contempla o abandono da atual infraestrutura da central a carvão, prevendo o uso do ponto de ligação à rede para instalar um conjunto de uma mega central solar, parques eólicos e armazenamento com baterias e produção de hidrogénio verde.

À seca e à escalada de preços na energia e nos combustíveis, juntou-se a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, dois dos maiores fornecedores mundiais de cereais, que gerou uma subida descontrolada do custo de várias matérias-primas essenciais para a produção alimentar e que pode provocar uma escassez que obrigará à imposição de racionamentos em Portugal.

Embora preços continuem altíssimos, com o recente interesse Russo nas negociações com a Ucrânia, os preços do petróleo começaram a cair, encontrando-se já novamente abaixo dos 100 doláres por barril. 

Face à decisão da Comissão Europeia de fazer renascer a aposta na energia nuclear, como plano de uma transição energética, o Ministro do Ambiente, não condenando essa opção noutros países, afirma que em Portugal não faz sentido, visto que isso significaria deixar de apostar nas renováveis e também devido à inviabilidade da construção de uma central. Em vez disso, aponta o gás fóssil como a energia de transição para Portugal nos próximos 20 anos.

– Uma nova ronda de conversas entre Rússia e Ucrânia recomeça hoje.

– Destruição da guerra e ataques a edifícios residenciais, torres televisivas, além dos mísseis, têm provocado várias mortes e feridos.

– Mais de 160 carros civis foram capazes de fugir de Mariupol, após inúmeras tentativas falhadas em evacuar residentes.

– A UE adotou um quarto pacote de sanções contra a Rússia.

– Os EUA demonstram-se preocupados com um possível alinhamento entre a China e a Rússia, com o objetivo de contornarem as sanções europeias.

– Centenas de ativistas anti-guerra têm sido detidos na Rússia.

Manifestação de Justiça por Daniel, Danijoy e Miguel aconteceu no passado sábado

Passaram-se 8 meses após a morte de Daniel Rodrigues e Danijoy Pontes, no Estabelecimento Prisonal de Lisboa (EPL), e 3 meses após a morte de Miguel Cesteiro, no Estabelecimento Prisional de Alcoentre. Estas mortes ocorreram em circunstâncias suspeitas, sem que a PJ tenha sido chamada, tendo sido também privadas as famílias dos seus direitos legais. Por isto, o movimento anti-racista convocou uma concentração frente ao EPL, que aconteceu passado sábado, para exigir justiça. Estiveram presentes algumas dezenas de pessoas, bem como familiares em luto e em luta.

 

 

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