Radar Climático – 13 de Abril

Costa Silva admite que descida em ISP premeia poluidores mas afirma que evita “colapso” de empresas

Em resposta à questão da deputada do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar, confirmou que, no contexto atual de alterações climáticas, a nova descida no imposto sobre produtos petrolíferos (ISP) premeia os grandes poluidores, mas defende que evita o “colapso” de setores da economia nacional. Ao mesmo tempo, o ministro garante que a transição energética vai acontecer.

Após ter absolvido o ativista Francisco Pedro do crime de desobediência qualificada, que tinha interrompido o discurso de António Costa num protesto contra o novo aeroporto em 2019, o ministério público pede agora a reapreciação do testemunho de agente da PSP.

O ativista tinha sido absolvido por não se reunirem provas que demonstrassem que era responsável e organizador da ação de protesto de 22 de abril de 2019. Agora, o ministério pede para reapreciar o testemunho de agente da PSP, uma vez que “faz refletir expressões proferidas pelo arguido num momento antes da sua constituição como arguido, antes de ter direitos enquanto arguido”.

O novo governo divulgou o seu novo plano de energia limpa na sexta-feira passada e parece querer atingir os 80% de energia limpa na produção elétrica, em 2026, em vez de 2030. Atualmente Portugal obtém 60% da sua eletricidade a partir de energias renováveis, e os seus planos representam mais de 25 mil milhões de euros de investimento privado e público nos próximos 10 anos.

Portugal Continental registou no final de março um desagravamento da situação de seca meteorológica em todo o território, deixando de haver regiões em situação de seca extrema, segundo o último boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Estes valores contrastam com a situação verificado no final de fevereiro, em que mais de 60% do território de Portugal Continental estava em seca extrema e 29,3% em seca severa.

Segundo a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, em 2021, o aumento dos níveis de metano na atmosfera foi de 17 ppb (partículas por milhar de milhão) – o maior aumento anual registado desde o início das medições, em 1983.

O metano é o segundo gás que mais contribui para o aquecimento global, a seguir ao CO2. Embora o seu tempo de permanência na atmosfera seja cerca de dez anos inferior ao do CO2, o seu poder de aquecimento é bastante superior.

Os cientistas estimam que 30% das emissões de metano estão ligadas ao sector dos combustíveis fósseis.

Na COP26 da ONU, em Glasgow, foi alcançado um compromisso para reduzir as emissões de metano em 30% até 2030.

No entanto, dos cinco maiores emissores deste gás com relação às suas atividades com combustíveis fósseisChina, Rússia, Irão, Índia e EUA, apenas os norte-americanos assinaram o compromisso.

A TAP fechou 2021 com um prejuízo recorde de 1599,1 milhões de euros, uma deterioração dos resultados face aos 1230 milhões do ano anterior explicada pelo impacto do plano de reestruturação, que penalizou em 1024,9 milhões de euros as contas da companhia aérea.

O antigo presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Jorge Vasconcelos, defendeu esta quarta-feira que a União Europeia “aumentou voluntariamente a sua dependência energética da Rússia” e está a pagar um “preço elevado” pela “falta de coragem” e “vontade” para introduzir atempadamente as reformas necessárias no mercado energético.

Para isso, a UE deve parar de “comprar gás natural como quem compra vacinas”, mas sim repensar os mercados de eletricidade e gás natural que estão disfuncionais e “estabelecer relações políticas de médio e longo prazo”, nomeadamente com países do Médio Oriente e África, fazendo um esforço diplomático complementar para poder competir com a China nesses mercados.

No Rio de Janeiro, o agravamento da crise económica provocou uma escalada do custo de vida. No desemprego e sem qualquer tipo de apoio, há famílias inteiras que não conseguem sequer manter-se a viver em favelas. A alternativa é a ocupação clandestina de espaços abandonados.

O Sri Lanka enfrenta a ameaça iminente de fome para a sua população de 22 milhões de habitantes, uma vez que a crise económica no país continua a agravar-se, enquanto as pessoas sofrem cortes de energia de até oito horas por dia e os alimentos se tornam cada vez mais escassos.

A situação empurrou milhares de pessoas para as ruas em protesto nos últimos dias, apelando à demissão do presidente.

Os protestantes foram atingidos com gás lacrimogéneo e canhão de água e dezenas foram presos, mas nada fez para evitar que os cidadãos de todas as gerações e camadas da população se manifestassem nas ruas.

Muitos têm vindo a ver os protestos como o início de uma revolução liderada pelo povo nas ruas do Sri Lanka, exigindo uma completa mudança de regime e emancipação económica para o país.

A escassez sem precedentes de alimentos e combustível, juntamente com a inflação recorde e os apagões, infligiram a miséria generalizada mais dolorosa desde a independência do Sri Lanka em 1948.

A semana da Rebelião Científica, com ações descentralizadas em 25 países, coincide com a publicação do terceiro capítulo do sexto relatório do IPCC, o estudo da ONU sobre a emergência climática. Estas ações envolvem milhares de pessoas profissionalmente empenhadas na ciência nas suas diferentes áreas sobre a inação dos governos face à esmagadora quantidade de informação que confirma uma crise climática.

Com esta ação, o grupo denuncia que a inação governamental sobre as alterações climáticas está a colocar a humanidade em sério risco. “Atraso na ação climática significa mortes”.

No terceiro dia do protesto da Rebelião Científica contra o clima, a conferência de imprensa terminou com dois cientistas a atirar tinta vermelha à fachada do Ministério da Educação, uma ação destinada a exigir a inclusão de um tema transversal sobre o clima e a crise eco-social em todos os graus e como forma de apoio às ações e greves universitárias em curso.

 

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