No dia da terra, o Climáximo anuncia que no próximo verão vai acontecer o “acampamento 1.5” que terá lugar entre 6 e 10 de Julho, em Melides, e que tem desde hoje as inscrições abertas. Este será um acampamento de acção, partilha e planeamento de próximos passos que conta com a subscrição de várias organizações nacionais e locais.
Para assinalar o Dia da Terra, o Climáximo, colectivo pela justiça climática, abriu as inscrições para a sua próxima grande iniciativa – o acampamento 1.5 – que acontecerá em Melides, de 6 a 10 de Julho. “Escolhemos como foco da nossa ação este verão o litoral alentejano, porque esta região é um dos expoentes máximos do capitalismo, em Portugal. São várias as frentes pelas quais os interesses e direitos das populações locais são postos em segundo plano face aos interesses do lucro. Seja pelas monoculturas de alimentos e de painéis solares, pela má gestão da água e dos solos, pelo trabalho precário nas estufas ou pela falta de transportes públicos. A influência do capitalismo também se reflete no encerramento de infraestruturas sem qualquer plano de transição justa para as trabalhadoras e comunidades locais, como foi o caso da central termoeléctrica a carvão. Além disto, os resorts de luxo e campos de golf que está previsto serem construídos em zonas protegidas do litoral alentejano, o aumento da capacidade do Porto de Sines que importa gás fóssil e transporta animais vivos por milhares de quilómetros são outros motivos que nos levam a organizar este acampamento de ação”, refere Leonor, ativista do Climáximo.
O acampamento de ação 1.5 já conta com várias organizações subscritoras. “Estamos a envolver várias organizações e pessoas locais pois só juntas poderemos fazer com que Portugal cumpra a sua responsabilidade histórica de reduzir em 70% as emissões de gases com efeito de estufa, a sua parte para limitar o aquecimento da temperatura média do planeta em 1.5”. Este acampamento é de inscrição obrigatória, mediante o pagamento de um donativo livre que servirá para cobrir os custos com a comida de todas as pessoas participantes.
Até ao momento o Acampamento 1.5 conta com a subscrição das seguintes organizações: Academia Cidadã, CIDAC, Dunas Livres, Frente Ativa pela Libertação Animal, GEOTA, GAIA Alentejo, Greve Climática Estudantil Lisboa, Habita, Juntos Pelo Sudoeste, Marca – ADL, NAPA – Núcleo Académico pela Proteção Ambiental, PATAV – Plataforma Anti-Transporte de Animais Vivos, Precários Inflexíveis, ProTejo, SOS Racismo, STCC – Sindicato de Trabalhadores de Call Center e Plataforma TROCA.
O processo de organização do acampamento já começou. Já foram e continuarão a ser montadas eventos e ações de divulgação e “aquecimento” para o acampamento, em colaboração com as várias organizações subscritoras. Estes pretendem não só divulgar o acampamento, mas também o trabalho das organizações e as várias problemáticas sobre as quais o acampamento quer agir e dar visibilidade. Há várias formas das pessoas se envolverem, não só durante o acampamento, mas também ao longo de todo o processo de construção do mesmo.
“Durante o acampamento vamos conhecer melhor, com a própria população local, a realidade de quem sofre os impactos directos do capitalismo no litoral alentejano, bem como construir e executar diversas acções directas não violentas focadas em vários pontos do capitalismo fóssil na região” – anuncia o Climáximo.
As inscrições e todas as informações para o acampamento 1.5 estão disponíveis em: https://www.climaximo.pt/acampamento-1-5/