Climáximo, coletivo pela justiça climática, denuncia as declarações do Ministro da Economia e do Mar a favor da exploração de gás em Portugal e alerta sobre as ilegalidades e as ilegitimidades da mesma.
António Costa Silva, o Ministro da Economia e do Mar que entrou no governo da petrolífera Partex pelas portas giratórias de costume, disse ontem no parlamento que está aberto para as empresas apresentarem projetos de exploração de gás em Portugal.
Esta declaração é absolutamente contra as leis de física e química dum planeta habitável. Quando o governo devia apresentar planos para cortar as emissões em Portugal 10% todos os anos, ponderar novos projetos de petróleo ou gás é no mínimo suicido, e claramente criminoso.
Mas há algo mais estranho nesta declaração do Ministro. A Lei de Bases do Clima, aprovada em Novembro de 2021 e em vigor desde Fevereiro deste ano, proíbe concessões de hidrocarbonetos no território nacional. [Artigo 45.]
O Ministro diz: “Eu sou uma pessoa, que não pensa fora da caixa, penso mesmo sem caixa.” Isto de pensar sem caixas, não ter em consideração as leis da Natureza ou as leis aprovadas pelo próprio governo, é um hábito comum dos empresários em postos políticos, e particularmente da indústria dos combustíveis fósseis.
Os planos atuais do governo apontam para esgotamento do orçamento de carbono de Portugal durante esta década, e o Ministro está a ver se consegue antecipar ainda mais.
Entre 2015 e 2018, o movimento por um Portugal livre de petróleo e gás lutou contra 15 contratos e venceu contra todos. Se o governo se atrever a abrir essa frente de novo, o Climáximo, coletivo pela justiça climática, garante que a parará de novo com firmeza.
O Climáximo divulga que vai organizar um acampamento de ação em Melides, Grândola, entre 6 e 10 de Julho – Acampamento 1.5 – que vai acabar com uma manifestação no Porto de Sines contra as importações e a dependência de gás fóssil da economia portuguesa.
Em 2020 ganhámos a luta contra a concessão de exploração de gás e petróleo de Pombal e Batalha.
Esta atitude do governo em nada me surpreende. daí ter sempre insistido que ganhámos batalhas mas não a guerra. O petróleo e o gás estão cá e não descansarão enquanto não furarem isto tudo. Interesses que, quanto mais não seja, servem para satisfazer compadrios.