Radar Climático – 29 de Junho

O novo presidente da Colômbia Gustavo Pedro quer ser primeiro país produtor de fósseis (carvão e petróleo) a cancelar novas concessões

Depois da sua eleição, Petro também fez um apelo a Lula da Silva, pedindo-lhe para adoptar a mesma política de combate ao caos climático se ganhar no Brasil, o que o candidato brasileiro do PT já recusou, insistindo na política do neodesenvolvimentismo. Lançou também um apelo geral aos “progressistas” na América Latina a que “parem de pensar que um futuro com justiça social e redistribuição de riqueza pode ser construído em cima dos preços altos do petróleo, gás e carvão.

O G7 deve recuar na decisão anterior de parar o apoio financeiro de combustíveis fósseis, empurrada pela Alemanha. Estes países vão reforçar o apelo ao investimento em mais gás fóssil, contribuindo no colapso climático perante a guerra na Ucrânia.

Carlos Moedas diz ao Expresso que recuou na retirada da ciclovia da Almirante Reis por causa da polarização política e da intransigência de ativistas da esquerda radical

A maior greve dos caminhos de ferros nos últimos 30 anos no Reino Unido está a ser organizada por um sindicato fora da esfera do Partido Trabalhista, o RMT

A greve está a ter um forte impacto e exige aumentos salariais. Tornou-se uma greve extremamente popular apesar do ataque mediático, com a liderança sindical de Mick Lynch a ser louvada socialmente. A greve é contra o aumento de preços sem resposta salarial, e já foram convocadas novas paralisações na British Airways e nos correios, ameaçando continuar a expandir-se. Ativistas do Just Stop Oil, Extinction Rebellion e War on Want juntaram-se a piquetes de greve durante a semana.

Cimeira da NATO em Madrid começa esta semana e promete agravar clima de guerra na Europa, com aceleração do processo de entrada da Suécia e da Finlândia na aliança militar

Enquanto isso, manifestações no exterior apelam à paz e à redução do investimento em guerra, tendo sido detidos vários ativistas. Putin diz que só há tréguas quando a Ucrânia se render. O presidente russo, ao mesmo tempo que ocorre a cimeira do G7 e da NATO, pressionou dizendo que a ofensiva só vai terminar quando Kiev e o exército ucraniano se renderem e aceitarem todas as condições da Rússia.

Pelo menos 30 refugiados foram massacrados em Melilla, na fronteira entre Marrocos e Espanha, com centenas de feridos no processo esta sexta-feira

Os migrantes, principalmente provenientes da África subsariana, tentavam atravessar a fronteira e a polícia marroquina atacou-os com força letal, assassinando vários neste processo, tudo isto à frente e à vista da polícia espanhola. Durante as últimas semanas a polícia de Marrocos tinha atacado os campos de refugiados em Nador, onde estas pessoas estavam há mais de um ano e meio, privadas de medicamentos, de cuidados, com as tendas a serem frequentemente incendiadas pelas autoridades, com enorme escassez de comida e água e apreensões de bens. Na sexta-feira, tentaram fugir e foram executados na “Vala de Melilla”. Pedro Sanchéz, o primeiro-ministro espanhol, agradeceu em público “a extraordinária cooperação com o Reino de Marrocos, que demonstra a necessidade de ter as melhores relações”. A fortaleza Europa só consegue assassinar pessoas e agravar todas as injustiças associadas à degradação social e climática, fazendo outsourcing da barbárie para estados como Marrocos.

No Texas, 51 pessoas foram encontradas mortas dentro de um camião

Foram encontrados doze adultos e quatro crianças ainda vivas. Eram migrantes trazidos para os Estados Unidos e que foram abandonados dentro do camião, tendo morrido de calor.

Nicola Sturgeon anunciou que em Outubro haverá um novo referendo à independência na Escócia

Isto deverá agravar ainda mais as tensões para o desmantelamento do Reino Unido, a que se junta a proposta de instalação de uma fronteira marítima na Irlanda do Norte. Entretanto, entrou em vigor a nova lei das manifestações no Reino Unido, que permite à polícia de forma muito arbitrária dispersar manifestações, confiscar materiais e prender ativistas, o que aconteceu logo no primeiro dia em vigor, quando uma manifestação anti-Brexit foi desmantelada com pessoas detidas em Londres.

Na sexta-feira foi revertida uma decisão com mais de 50 anos nos Estados Unidos, que permitia o direito ao aborto em todos os estados (Roe vs Wade)

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos, que no mandato de Trump foi reforçado com três juízes conservadores nomeados pelo mesmo, revogou esta decisão e abriu a porta para a proibição imediata do aborto em oito estados, que poderá expandir-se até 26 estados. Esta decisão é muito impopular, com a maioria da população dos EUA, incluindo quase 40% de republicanos, a ser a favor da manutenção da lei do aborto. Houve várias manifestações convocadas imediatamente, e é esperado que haja um forte reforço do movimento pelos direitos das mulheres nos Estados Unidos (e fora) nos próximos meses. Esta decisão aprofunda ainda mais as divisões nos EUA, em fronteiras quase similares às da Guerra Civil. É uma violação total e arcaica dos direitos das mulheres, relegando-as efetivamente a cidadãs de segunda.

No dia do Pride de Oslo, na Noruega, um terrorista associado ao islamismo matou 2 pessoas e feriu 21 dentro de um bar na cidade depois da manifestação

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