A Europa viu o seu Outubro mais quente
A Europa sofreu seu outubro mais quente já registado, com temperaturas médias quase 2°C acima do período de referência 1991-2020, anunciou terça-feira o órgão da UE Copernicus Climate Change Service (C3S).
Temperaturas recordes diárias foram observadas em vários locais da Europa Ocidental, e um outubro quente recorde foi observado na Áustria, Suíça e França, bem como em grande parte da Itália e da Espanha.
Os últimos oito anos foram os oito mais quentes já registados
Um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial da ONU (OMM), indica que o mundo está agora mergulhado na crise climática. O limite de 1,5ºC acordado internacionalmente para o aquecimento global está agora “mal ao alcance”, disse. Os principais destaques são:
– Dióxido de carbono, metano e óxido nitroso estão em níveis recordes na atmosfera à medida que as emissões continuam. O aumento anual de metano, um potente gás de efeito estufa, foi o mais alto já registado.
– O nível do mar está a subir duas vezes mais rápido do que há 30 anos e os oceanos estão mais quentes do que nunca.
– Os recordes de derretimento de geleiras nos Alpes foram quebrados em 2022, com uma perda média de 4 metros de altura.
– Chuva – não neve – foi registada no cume de 3.200 metros de altura da camada de gelo da Gronelândia pela primeira vez.
– A área de gelo marinho da Antártida caiu para o nível mais baixo já registado, quase 1 milhão de km2 abaixo da média de longo prazo.
Quebras na produção de azeite poderão atingir os 40%
Calor excessivo e a seca que assolaram o território nacional praticamente entre abril e setembro acabaram por ter um impacto nefasto na produção de azeitona, que pode ter uma quebra de 30% a 40% na campanha que agora decorre — em comparação com a do ano passado.
Eni dá gás à produção de GNL em Moçambique
A Eni iniciou a produção de gás natural liquefeito a partir do projeto de gás natural liquefeito flutuante Coral South offshore de Moçambique.
O GNL produzido a partir do projeto Coral South está a ser vendido pela Eni e pelas restantes concessionárias da Área 4 — ExxonMobil, China National Petroleum Corporation, Galp, Kogas e estatal ENH — à BP, ao abrigo de um contrato de 20 anos em regime de Free on Board (FOB) com uma extensão opcional de 10 anos.
Obras de Francisco de Goya alvo de protestos de ativistas espanhóis
Dois ativistas do grupo espanhol Futuro Vegetal colaram-se este sábado às molduras das pinturas A Maja Nua e A Maja Vestida, de Francisco de Goya, expostas no Museu Nacional do Prado, em Madrid, numa manifestação de protesto pela emergência climática.
Em Portugal, os diretores de museus estão preocupados com os recentes casos de ações ambientalistas consideradas “hediondas” e de “terrorismo” contra obras de arte.
Uma lei antiprotesto no Egito não autorizará a mobilização da sociedade civil na 27.ª conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas (COP). “Está a ser retirado aos cidadãos um direito extremamente importante”: os ativistas não conseguirão exercer pressão sobre as negociações, o que vai resultar numa cimeira “sem qualquer escrutínio”.
Maior central a carvão espanhola já foi reativada!
A pedido do governo espanhol, a Endesa voltou a queimar carvão esta quarta-feira, 2 de novembro, na central termoeléctrica “As Pontes”.
De acordo com as informações, nas duas últimas semanas chegaram 160 mil toneladas de carvão da Indonésia e a empresa voltou a contratar antigos trabalhadores.
Este tipo de iniciativa é um passo atrás, transformando a transição energética de facto numa transição para o carvão.
Mais de 100 ativistas climáticos são presos por impedir jatos particulares de descolar em Amesterdão
Tessel Hofstede, da Extinction Rebellion, explicou que um dos principais alvos da ação é a própria natureza das pessoas mais ricas da Europa e do mundo, que produzem um nível desproporcional de emissões pelos hábitos de consumo que sua riqueza desmedida permite.
Segundo a organização: “Fazemos campanha para parar a poluição em grande escala de Schiphol há anos, e com razão. O aeroporto deveria estar reduzindo seus movimentos de voo, mas em vez disso está a construir um novo terminal. A elite rica está usando mais jatos particulares do que nunca, que é a forma mais poluente de voar. Isso é típico da indústria da aviação, que parece não ver que está a colocar as pessoas em risco e agravar a crise climática. Isso tem que parar. Queremos menos voos, mais comboios e proibição de voos desnecessários de curta distância e jatos particulares”,
Em silêncio desde a sua derrota no domingo, Bolsonaro falou ao país pela primeira vez após as eleições na terça-feira. No discurso, Bolsonaro absteve-se de apelar explicitamente à desmobilização dos bloqueios das estradas, alegando que as manifestações são “fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”. – mantendo o discurso que alega “fraude eleitoral”.
Os apoiantes do presidente cessante reclamavam uma intervenção das Forças Armadas para travar a tomada de posse de Lula da Silva. Os protestos enfraqueceram após o discurso de Bolsonaro, que ainda afirmou que este tipo de manifestações é ilegítimo e apelou aos seus apoiantes para que desobstruam as estradas. Sublinhou que os métodos dos seus apoiantes “não podem ser os da esquerda” e que as “manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas”.
Nativos da Amazónia protestam contra o derramamento de óleo e bloqueiam rios
Manifestantes indígenas libertaram mais de 100 turistas e moradores locais que ficaram detidos em um barco por mais de um dia na tentativa de forçar o governo peruano a agir sobre Derramamento de óleo na região amazónica onde vivem.
Os indígenas Kukama mantinham um barco cheio de peruanos e turistas estrangeiros – incluindo cidadãos americanos e europeus e pelo menos três cidadãos britânicos – desde quinta-feira na maior região amazónica do Peru, Loreto.
Os nativos da Amazónia protestavam contra o derramamento de cerca de 2.500 barris no rio Cuninico em setembro. Na sexta-feira, os turistas e moradores locais foram liberados e transferidos para outro barco, mas os líderes indígenas prometeram que os protestos e bloqueios de rios continuariam.
A ONU pede 3,1 mil milhões euros que financiem o Plano de Ação de Alerta Precoce
As Nações Unidas (ONU) pediram esta segunda-feira aos governos, instituições e empresas que financiem o Plano de Acção de Alerta Precoce para todos os países, uma rede para salvar vidas e reduzir perdas económicas devido a fenómenos climáticos extremos, tornando possível antecipá-los.
Concebido pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), o plano requer um investimento de 3,1 mil milhões de euros entre 2023 e 2027 e visa permitir que todas as pessoas no mundo possam antecipar-se e proteger-se de eventos extremos, como inundações e secas.
Governo Italiano Recusa-se a receber centenas de migrantes resgatados no Mediterrâneo
Dois barcos de organizações humanitárias estão atracados em Catânia e recusam-se a zarpar. Há cerca de mil migrantes à espera no mar.
Estudos
A análise dos países do G20 e o financiamento público internacional rastreável pelo MDB para combustíveis fósseis de 2019-2021 percebeu-se que eles ainda estão apoiando pelo menos 55 mil milhões de dólares por ano em projetos de petróleo, gás e carvão. Esta é uma queda de 35% em relação aos anos anteriores (2016-2018), mas ainda assim, quase o dobro do apoio fornecido para energia limpa, que teve uma média de apenas 29 mil milhões de dólares por ano. A pesquisa destaca que o aumento do financiamento público internacional para energia limpa é a solução para a crise energética, e não mais investimentos fósseis. Se todos os países do G20 e MDBs mudarem seu apoio fóssil para limpo, isso quase triplicaria o financiamento de energia limpa para 85 mil milhões de dólares.
Aquecimento global registado na Europa é o dobro da média mundial
De acordo com o relatório divulgado pela Organização Meteorológica Mundial, o aumento das temperaturas na Europa está a ocorrer a um ritmo ainda mais acelerado do que no resto do mundo. Nos últimos 30 anos, o ritmo de subida das temperaturas foi de mais do dobro nesta região do globo.
O relatório sobre “O Estado do Clima na Europa” da Organização Meteorológica Mundial (OMM) foi realizado em conjunto com o Copernicus, o programa de observação da Terra da União Europeia. Entre 1991 e 2021, as temperaturas na Europa aumentaram a uma taxa média de cerca de 0,5ºC por década. Segundo as conclusões dos peritos, o Velho Continente está mais exposto às alterações climáticas do que outras regiões do globo.
A OMM destaca também as várias oscilações pouco comuns entre temperaturas quentes e frias em momentos inesperados do ano de 2021, com subidas de temperatura em março e descidas abruptas em abril. A situação atípica resultou em grandes danos agrícolas sobretudo para os países do sul, nomeadamente em videiras e árvores de fruto.
As sociedades bem preparadas não estão a salvo dos impactos provocados por eventos climáticos extremos.
A OMM destaca que vários países europeus já estão a reduzir de forma significativa as emissões de gases de efeito de estufa, com uma diminuição de 31 por cento entre 1990 e 2020. “A sociedade europeia é vulnerável à variabilidade e às alterações climática, mas a Europa também está na vanguarda do esforço internacional para mitigar as mudanças climáticas e desenvolver soluções inovadoras para se adaptar ao novo clima como qual os europeus terão de conviver”, acrescentou Carlo Buontempo, diretor do serviço Copernicus (ECMWF).
Relatório das Nações Unidas prevê aumento de 2,8ºC com políticas atuais
O UN Emissions Gap Report 2022, da responsabilidade do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), é um relatório anual que quantifica as emissões de gases com efeito de estufa esperadas para 2030, considerando a implementação de todos os compromissos e planos internacionais e nacionais existentes até ao momento, e avalia a lacuna entre estas emissões e as emissões necessárias para manter um aumento de temperatura global a 1,5ºC.
Com as políticas atuais espera-se um aumento de 2,8ºC até final do século. Se considerarmos também todos os planos cujas metas estão dependentes de determinadas condições, tais como financiamento externo, espera-se na melhor das hipóteses um aumento de 2,4ºC.
Um relatório da rede de publicidade climática Purpose Disruptors, escrito em colaboração com a agência de econometria Magic Numbers, revela que as emissões impulsionadas pela publicidade (’emissões anunciadas’) aumentaram 11% entre 2019 e 2022,