O coletivo Climáximo apela a todos os trabalhadores a desafiar a construção de um novo aeroporto, acusando-o de ser um crime face a crise climática
Saiu recentemente um inquérito sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, em que não haver um novo aeroporto não é uma opção. Em plena crise climática, onde nos dirigimos para metade da superfície do planeta se tornar inabitável, o debate público tem de ser obrigatoriamente sobre como diminuir o uso de aviação, e como chegar a zero emissões da aviação. Este plano não existe, e o mandato da Comissão Técnica está incompatível com o contexto em que este debate toma lugar.
Só podemos interpretar um projeto de um novo aeroporto como abertamente genocida, não só às centenas de milhares de migrantes climáticos que pretende criar, como para as famílias portuguesas que serão – pela vontade deste projeto – voluntariamente subjugadas à instabilidade económica e social, ao fogo, e à fome.
Climáximo, coletivo pela justiça climática, denuncia o enquadramento da Comissão Técnica como negacionista da crise climática. Como nos outros casos históricos, as pessoas têm sempre a opção de não colaborar com um crime contra a humanidade.
Os trabalhadores e as trabalhadores envolvidas na Comissão Técnica como cientistas, engenheiros, gestores, juristas, informáticos, designers, técnicos, assistentes, administradores, secretários ou com qualquer outro papel têm uma obrigação ética de não-cooperação, que podem realizar de várias formas.
Climáximo desafia todas as pessoas envolvidas na Comissão Técnica a não-cooperação com o processo, e convida a enviarem emails de denúncia, com informação interna que mostre corrupção, ou qualquer informação que permita travar o projeto que nos garantirá o colapso civilizacional, enviando esses emails para climaximo@riseup.net, para divulgarmos anonimamente.
Climáximo