Consenso de Ação
O Consenso de Ação é um enquadramento vinculativo para a Ação 1.5, que acontece no âmbito do Acampamento 1.5.
O consenso é um pré-requisito para organizarmos uma ação transparente e acessível a toda a gente. Em ações com muitas pessoas, o consenso é a nossa ferramenta principal de cuidarmos umas das outras. Todas as pessoas que lerem e concordarem com este consenso são mais que bem-vindas a participar na ação.
A refinaria da Galp em Sines é a infraestrutura com mais emissões de gases com efeito de estufa em Portugal, para a qual não existe ainda um plano de encerramento. Reivindicamos uma transição energética justa e rápida, guiada pela ciência climática, dirigida para justiça social e liderada pelos trabalhadores e pela comunidade local, e que responsabilize financeiramente a Galp e os seus acionistas pelos custos da transição.
O falhanço na resposta dos governos e instituições, força-nos a, mais que organizar um protesto, organizar uma ação direta de desobediência civil que interrompa o normal funcionamento da Refinaria. No dia 9 de Julho de 2022, partiremos da Barbuda até à Refinaria da Galp em Sines, onde vamos, de forma diversa e criativa, bloquear esta infraestrutura fóssil.
Vamos agir de uma forma calma e cuidada, e não vamos colocar nenhuma pessoa em perigo. Atravessaremos ou contornaremos pacificamente quaisquer bloqueios de forças policiais ou de segurança, ou obstáculos estruturais.
A nossa ação não é contra as pessoas cujas vidas possam ser por ela afetadas de alguma forma, nem é dirigida à polícia ou aos trabalhadores. A nossa ação é contra a injustiça climática e o capitalismo fóssil, e dirigida a uma infraestrutura que alimenta este sistema de exploração e opressão.
Reconhecemos que a nossa ação pode causar incómodos para algumas pessoas que não estavam informadas sobre a ação antecipadamente, nomeadamente os trabalhadores da Refinaria. Por isso, queremos expressar que o fazemos porque para evitar o colapso civilizacional, exige criar disrupção.
A nossa ação é divulgada publicamente e todas as pessoas, com ou sem experiência prévia, são bem-vindas a participar, desde que devidamente preparadas.
A segurança das ativistas, trabalhadoras e todas as pessoas envolvidas é a nossa prioridade principal. Para assegurar isto vamos preparar-nos com formações para a ação, que vão acontecer ao longo do acampamento 1.5.
Tomaremos conta umas das outras antes, durante e depois da ação, e estaremos vigilantes face às necessidades e capacidades das pessoas que nos rodeiam.
O curso da ação será decidido em conjunto, pelo plenário dos delegados e pela coordenação da ação. Assumimos a responsabilidade coletiva pelo sucesso da ação. Vamos assegurar um processo transparente, com respeito e apoio integral a todas as envolvidas, e não toleraremos qualquer tipo de discriminação.
Somos pessoas de diversas origens sociais e políticas. Vemo-nos como parte do movimento pela justiça climática, a quem cabe atualmente o enorme desafio de travar o colapso climático. A nossa luta é anti sistémica, contra todos os sistemas interligados de opressão e discriminação. Estamos em solidariedade com todos os povos que lutam por um planeta justo e habitável.
Ambicionamos criar um espaço seguro, livre de opressão e discriminação, e que pelo contrário nos desafie a construir uma sociedade mais justa, equitativa e inclusiva.
Por 1.5 vem lutar, temos um planeta para ganhar!
Nota: este documento foi aprovado na Assembleia Aberta do Acamapemento 1.5 de dia 2 de Junho de 2022
Reivindicações da Ação
A refinaria da Galp em Sines é a infraestrutura com mais emissões de gases com efeito de estufa em Portugal e não apresenta quaisquer indícios de fechar. Por isso, no dia 9 de Julho de 2021, numa ação direta de desobediência civil vamos voltar à Refinaria da Galp em Sines.
Vamos exigir um plano de transição energética justa e rápida, guiada pela ciência climática, dirigida para justiça social e liderada pelos trabalhadores e pela comunidade local, e que responsabilize financeiramente a Galp e os seus acionistas pelos custos da transição.
Transição Energética justa:
– Através de um plano de transição justa baseado num diálogo social que privilegie os trabalhadores e as comunidades afetadas.
Rápida e guiada pela ciência:
– Encerramento planeado e gradual da Refinaria de Sines até 2025.
– Simultaneamente, em Sines, investimento imediato em energia renovável e produzida localmente, por uma entidade municipal gerida democraticamente, de forma que até 2025, 100% da energia consumida em Sines seja de fontes renováveis.
Dirigida pela justiça social:
– Garantia imediata de emprego público, na zona de Sines, ou reforma sem perda de rendimentos, para todos os trabalhadores diretos ou indiretos da Refinaria da Galp em Sines.
– Formação profissional em Empregos para o Clima que comece agora e que abranja todos os trabalhadores.
– Criação de um serviço público e descentralizado no setor energético até ao ano 2025, com uma reconversão para 100% renovável até 2030, que forneça energia renovável de baixo custo.
Liderada pelos trabalhadores e pela comunidade:
– Criação de uma comissão de transição justa, integrada por trabalhadores e membros da comunidade que integre a discussão e supervisione o cumprimento do plano.
Que responsabilize financeiramente a Galp e os seus acionistas pelos custos da transição:
– Financiando todo o programa de transição.
– Garantindo Formação profissional para todos os trabalhadores antes do encerramento da Refinaria.
– Garantindo 100% dos rendimentos dos trabalhadores durante a transição.
Nota: este documento foi aprovado na Assembleia Aberta do Acampamento 1.5 de dia 2 de Junho de 2022
Quando chegar para participar na ação?
Idealmente deves chegar na quarta-feira (dia 6), quando começa o acampamento, mas entendemos que isto não é possível para todas as pessoas.
Se queres fazer parte da ação, e não tens experiência com ações diretas de desobediência civil deves estar no acampamento na quarta-feira (dia 6) para participares na formação de “Introdução à desobediência civil”, dia 7 de manhã.
Se queres fazer desobediência civil e já tiveste esta formação anteriormente deves chegar o mais tardar na quinta-feira à tarde, para estares no Plenário de dia 7, onde vamos explicar o que vai acontecer e como te podes envolver na ação, e deves participar nas formações de ação que acontecem na sexta-feira ao longo do dia.
Se chegares apenas sexta-feira podes ainda juntar-te â ação de dia 9, mas não poderás fazer desobediência civil.
Contudo, nós só podemos fornecer transportes apartir de Grândola na quarta-feira (dia 6) e sexta-feira (dia 8). Os horários terão em conta os comboios que cheguem a Grândola. A informação concreta dos horários será enviada no kit de boas-vindas que receberás após a inscrição.