Este espaço é para os activistas do Climáximo partilharem as suas opiniões, conhecimentos e experiência. Nem todos nos exprimimos por escrito. Nem todos concordamos em tudo o que diz respeito à justiça climática. Ainda assim, gostamos de nos ouvir uns aos outros e de aprender uns com os outros. Por isso, decidimos criar esta secção autónoma para encorajar a discussão, para ouvir o que uns e outros pensam (nem sempre temos tempo de falar de tudo nas nossas reuniões) e para aprofundar a nossa compreensão da crise climática. Podes ler todas as nossas entradas aqui ou ver a secção de cada autor, listada abaixo.
Planeta-Mina – João Camargo
O capitalismo olha para tudo como uma mina: água, solos, plantas, animais, pessoas. O corolário da austeridade é uma economia mineira, extrativista, onde depois de se reduzir serviços, saúde, cuidados, ambiente, recursos naturais, trabalhadores, precários e desempregadas a simples matérias primas, o único objectivo é a extracção máxima. Nada entra, nada se constrói, tudo é para desenraizar, tudo para destruir. As alterações climáticas são hoje a contradição máxima do capitalismo. Não é possível resolvê-las dentro do quadro mental, social e material do capitalismo global. João Camargo é engenheiro zootécnico, engenheiro do Ambiente e doutorando em Alterações Climáticas, e activista social anticapitalista.
Frack M’isto ! – João Vinagre
Resistindo ao avanço da indústria petrolífera em Portugal e no Mundo. Vamos ser inconvenientes para as fontes de energias “não convencionais”… Informando-nos e reagindo.
Mais Nada ! – Sinan Eden
“We should catch up with the increasing energy demand.” “We must increase food production to resolve hunger.” “We need economic growth to tackle poverty.”
These statements divert the attention from the socio-economic structure underlying the problems towards a purely technical discussion. It’s like saying “We have to produce more tissue cells because cancer has developed.” instead of starting a treatment on cancer… not to mention making research to cure cancer or tackling the causes of cancer.
This section is dedicated to the critique of structural constraints on climate justice, where real solutions lie, and what we will eventually need to confront.
Olho nos números – Luis Fazendeiro
As alterações climáticas são talvez o maior problema que a Humanidade já enfrentou, mas que para ser devidamente compreendido exige algum conhecimento científico. Esta é talvez uma das razões que mais têm dificultado a adesão do público em geral a esta problemática. É completamente diferente se a percentagem de CO2 na atmosfera é de 350ppm (partes por milhão) ou 450ppm (como se prevê que venha a ser em algumas décadas). Se a temperatura média global no final deste século vai ser 1.5ºC, 2ºC ou 2.5ºC superior ao que era antes do começo da revolução industrial. À medida que temos cada vez menos tempo para fazer as mudanças urgentes e necessárias na nossa sociedade para lidar com esta situação, maior será a tentação de empresas e países de distorcerem as estatísticas referentes às emissões de gases de efeito estufa, de eficiência energética e outras afins. Nesta secção vamos tentar desmistificar algumas das meias ou falsas verdades tantas vezes repetidas e cobertas com um manto de pretensa autoridade científica. Mantendo sempre o Olho Nos Números 🙂