Climáximo protesta contra o greenwashing da Volkswagen no Salão do Automóvel e Veículo Ecológico
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O Climáximo, movimento pela justiça climática, protestou a noite passada no Salão do Automóvel e Veículo Ecológico, bloqueando as viaturas da VW no pavilhão da FIL. A poucos dias da Cimeira do Clima em Paris, a propaganda verde aumenta, com empresas como a VW, a BP, ou a BMW a apresentarem-se à população como verdes, enquanto executam processos fraudolentos e crimes ambientais por todo o planeta. Há linhas vermelhas que não podem ser ultrapassadas, e a indústria automóvel ultrapassa-as todos os dias.
A 18 de Setembro explodiu o escândalo dieselgate. A VW, como principal responsável por uma fraude metódica e meticulosa no desenvolvimento de softwares para enganar os testes de emissões de gases poluentes e gases com efeito de estufa, é a ponta do iceberg de uma indústria automóvel que camufla permanentemente os efeitos da sua actividade comercial, escondendo à população mundial e aos proprietários das viaturas o impacto agravado causado sobre o ambiente e o clima. A propaganda da indústria automóvel tenta cobrir os seus crimes ambientais com chavões como “eficiência energética”, “custo-eficácia” ou “carros verdes”.
A VW vendeu nos últimos seis anos mais de 11 milhões de viaturas a diesel com softwares fraudulentos, que emitiam até 40 vezes a quantidade de óxidos nitrosos (NOx) legalmente permitida. E se foi nos Estados Unidos que a fraude foi revelada, é na Europa que se encontram a larga maioria (8 milhões) destas viaturas. A indústria europeia é protegida pela Comissão Europeia, que sabia esta fraude pelo menos há três anos, e que nada fez para corrigir um crime contra todos os cidadãos do mundo, por via de um impacto massivo nas alterações climáticas. A VW não está no entanto sozinha nesta e noutras fraudes de emissões: a Audi, a Opel, a BMW, a Citroen e a Mercedes-Benz emitem muito acima das emissões de NOx legalmente permitidas. Recentemente, descobriu-se que a VW também cometeu esta fraude nos seus carros a gasolina.
Segundo a organização internacional Transport and Environment, os novos Mercedes Class A, C e E, os BMW série 5 e os Peugeot 308 inauguram ainda um novo tipo de fraude: consomem mais 50% de combustível do que nos testes laboratoriais, emitindo consequentemente o dobro do gases com efeito de estufa: Há exemplos de todos estes carros no Salão do Automóvel Verde e Ecológico. Estendendo a todo o sector dos automóveis, estima-se que a diferença entre os testes oficiais e a performance real de emissões de dióxido de carbono é de 40%, isto é o impacto do sector automóvel (15% de todas as emissões europeias de CO2, o maior emissor do sector dos transportes), é ainda maior.
Em Portugal há dezenas de milhares de veículos da VW com os softwares fraudulentos, não havendo qualquer acção por parte das autoridades para punir este clamoroso crime ambiental.
O Climáximo apela à participação na Marcha Mundial do Clima em Lisboa, a 29 de Novembro, e à participação nas acções internacionais no dia 12 de Dezembro, em Paris, na Cimeira do Clima COP-21.
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Volkswagen caught while greenwashing (still) – Lisbon, November 6th
Climáximo, a Portuguese activist group for climate justice, visited a green car exhibition in Lisbon, Salão do Automóvel e Veiculo Ecológico, on November 6th to put the Volkswagen zone into quarantine. Only weeks before the Paris climate summit COP-21, green corporate propaganda is on the rise, with companies like VW, BP, Renault-Nissan to present themselves as green solutions while at the same time committing environmental crimes.
The Volkswagen scandal showed us only the tip of the iceberg: First, it turns out the cheating involved more than the diesel cars and nitrogen oxide emissions, to include carbon dioxide and fuel economy as well. And second, the methodological fraud goes beyond VW, as was shown in a recent study by Transport and Environment, and includes companies such as Mercedes, BMW, Renault, Peugeot and Toyota.
It seems that corporations not only crossed the red lines for a just and liveable planet, but couldn’t even fit themselves within the blurry lines of green capitalism.
Climáximo calls for the Global Climate March on 28/29 November and the mass actions in Paris on 12 December.