O 3º Encontro Nacional pela Justiça Climática, este domingo na Faculdade de Ciências em Lisboa, reuniu mais de 100 activistas e académicos para discutir alguns dos temas centrais da luta pela justiça social no combate às alterações climáticas. Dos incêndios florestais em Portugal de 2017 às lutas contra os combustíveis fósseis na Alemanha, no Reino Unido e no Brasil, o encontro discutiu linhas vermelhas para o futuro. O furo de petróleo da ENI/GALP em Aljezur, autorizado recentemente pelo governo, mereceu uma condenação inequívoca dos activistas e a garantia de acções decididas contra a sua realização.
Mais de 20 movimentos sociais, organizações e sindicatos reuniram-se hoje na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para a realização do 3º Encontro Nacional pela Justiça Climática.
Os principais temas em discussão foram a ligação entre as alterações climáticas e uma floresta eucaliptizada que produziu os incêndios catastróficos em 2017, a ameaça de realização de mineração submarina nos mares dos Açores, o impacto dos novos mecanismos do comércio internacional (Tribunal Multilateral de Investimento) na injustiça climática, a necessária relação entre o combate às alterações climáticas e a promoção dos transportes públicos, as ameaças de exploração de combustíveis fósseis em Portugal, as alternativas energéticas e as imigrações ligadas às alterações climáticas.
O encontro terminou com uma sessão ilustrativa de experiências de confrontos sociais de grande intensidade no combate ao fracking e exploração de petróleo no Brasil, no Reino Unido e no combate ao carvão na Alemanha, com representantes internacionais do movimento Coesus – Coalizão Não Fracking Brasil / 350.org Brasil, do movimento Reclaim the Power (Reino Unido) e do movimento Ende Gelaende (Alemanha).
Entre as principais decisões deste encontro nacional ficou a garantia de um combate decisivo pelo fim dos contratos de petróleo e gás em Portugal, começando com o furo de Aljezur da GALP e da ENI, com acções a ser anunciadas nas próximas semanas.