ACÇÃO: “Passeio Tóxico” organiza visita guiada aos bancos que financiam a indústria de combustíveis fósseis.

Climáximo, colectivo pela justiça climática, organizou esta tarde um Passeio Tóxico em que os participantes visitaram cinco bancos que alimentam, perpetuam e aprofundam a crise climática.

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No dia 14 de Janeiro às 13h00, um grupo de turistas-activistas juntaram-se no Marquês de Pombal para uma visita guiada que visou esclarecer e destacar as ligações entre a crise climática e as instituições financeiras.

O passeio, organizado no âmbito do Fracasso Económico Mundial, a segunda onda das mobilizações do By 2020 We Rise Up, começou por lembrar que, apesar de 1250 governos locais e 25 países declararam emergência climática, as emissões de gases com efeito de estufa aumentaram 1.3% em 2019. Uma das razões principais para esta inacção política é o facto de os bancos terem investido 1.9 biliões de dólares nos combustíveis fósseis desde o Acordo de Paris.

O Passeio Tóxico visitou alguns dos bancos mais importantes na destruição planetária, nomeadamente:

  • Banco Santander, que financia a empresa RWE das minas de carvão na Alemanha, onde existe uma movimento forte (Ende Gelände) que utiliza desobediência civil em massa para contestar a extração.
  • BNP Paribas, que financia carvão no Vietname, na África do Sul, na Turquia, na Austrália, na Indonésia e nos EUA, com um total de 16 mil milhões de euros só em carvão nos últimos 15 anos. BNP Paribas também financia um mega-projecto de óleoducto, Trans Mountain Pipeline Expansion, em Canadá.
  • BBVA, que é um dos principais financiadores do óleoducto Dakota Access Pipeline, que ultrapassa territórios indígenas, que provocou uma resistência massiva, a qual o governo dos EUA respondeu com uma opressão que recorda as políticas colonialistas.
  • ING, que deu 25 mil milhões de dólares à indústria dos combustíveis fósseis desde 2016 e financia várias empresas de carvão no mundo. ING também é um dos principais financiadores do Trans Adriatic Pipeline, um gasoduto de 880 quilómetros entre Grécia e Itália, que expande uma conexão desde o Azerbaijão.
  • Finalmente, o passeio acabou na sede do Banco Europeu de Investimento, que financia directamente e indirectamente vários projectos e empresas de combustíveis fósseis na Europa, dando um sinal aos bancos privados para investimentos assegurados por dinheiro público. Nesta última paragem, o passeio também sublinhou o papel da Comissão Europeia em incentivar mais de 50 novos projectos de gás na Europa na sua lista de Projectos de Interesse Comum.

No passeio participaram 15 pessoas que tiveram oportunidade de conhecer melhor como o sistema financeira está organicamente ligado à crise climática. Um dos participantes, Rui Santos, comentou: “Achei este passeio muito interessante, principalmente porque me deu a conhecer uma visão que nunca tive da indústria financeira”. Uma outra participante, Joana Valente, adiantou também que “A indústria financeira é cúmplice com a indústria fóssil e nós não nos apercebemos disso se não formos chamados à atenção”.

A quinzena #WorldEconomicFailure vai continuar nesta semana e na próxima semana com debates e acções organizadas por diversos colectivos.

Passeio Tóxico na Comunicação Social:

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