Radar Climático (30 de Julho)

Algumas das maiores empresas da indústria fóssil, como a Shell, a Chevron ou a Marathon Petroleum, são acusadas de financiar Fundações de angariação de fundos para treino, armas, tecnologia de vigilância e equipamento para a polícia nos EUA. Numa altura em que por todo o país há um levantamento popular contra a violência policial racista, exigindo a diminuição dos orçamentos das forças policiais, a indústria petrolífera coloca-se do lado da repressão. A indústria fóssil sabe que precisa da repressão policial para manter os lucros dos seus negócios criminosos e assim cria as suas alianças. No lado oposto, temos de criar e fortalecer alianças entre o movimento pela justiça climática e os movimentos anti-racistas e contra a violência policial.

A Polónia prepara-se para sair do Tratado de Istambul – focado na prevenção da violência contra mulheres. O regime polaco anda desde há muito focado em políticas conservadoras, patriarcais e contra minorias sexuais. Esta ofensiva contra o tratado está dentro de uma onda política reaccionária em especial no leste da Europa, na qual a Rússia praticamente descriminalizou a violência doméstica em 2017.

Bruno Candé, um cidadão português negro, foi assassinado a tiro em Moscavide no Sábado. O assassino já o tinha insultado de forma racista várias vezes, desde há dois meses, e voltou a fazê-lo poucos dias antes e no próprio momento do homicídio. Não restam dúvidas de que se trata de um crime com motivação de ódio racial. Há uma manifestação anti-racista e pedindo justiça para Bruno Candé na 6a feira às 18h, no Largo de São Domingos (junto ao Rossio).

O Novo Banco vendeu 13 mil imóveis a um fundo de investimento, e deu crédito a esse fundo para a compra dos próprios imóveis. As casas e os terrenos — cerca de metade das quais habitações residenciais — foram vendidos muito abaixo do preço por que estavam avaliados e o Novo Banco foi compensado por estas perdas com dinheiro do fundo de resolução. O risco deste negócio para o fundo de investimento é próximo do zero, já que se o fundo não conseguir vender as casas, o dono das hipotecas continua a ser o Novo Banco.
A história envolve a venda dos imóveis do Novo Banco a cinco sociedades imobiliárias registadas em Lisboa, que por sua vez foram vendidas a uma sucursal no Luxemburgo de um hedge fund registado nas Ilhas Caimão. O anonimato dos investidores deste hedge fund faz com que seja impossível fiscalizar o cumprimento do contrato de venda do Novo Banco à Lone Star, que proíbe a venda de ativos pelo Novo Banco a quaisquer entidades relacionadas com a Lone Star. O caso assume contornos ainda mais suspeitos quando se sabe que um dos vice presidentes da Lone Star na altura da compra do Novo Banco é agora diretor do fundo nas Ilhas Caimão.
Pode parecer uma história do arco da velha, mas até prova em contrário tudo foi perfeitamente legal, tratando-se apenas do funcionamento normal do capitalismo, onde as estratégias para fugir aos impostos e devorar dinheiro público fazem parte do business as usual.

Madrid renovou a licença de exploração para os Grupos I e II da central de Almaraz em Cáceres, a última antes do início do encerramento da central nuclear espanhola situada a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa. Relembramos a declaração do Movimento Ibérico Antinuclear, que assinámos.

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Durante a semana de 20 a 26 de Julho ocorreu uma semana de ações. Tendo em conta a crise económica que se desenha com o confinamento e a intervenção dos estados para rearranjar as sociedades da forma mais convenientes aos exploradores, várias coletivos e organizações saíram à rua.

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