Nota: As nossas apresentações sobre a história da ciência climática estavam erradas.

Nas apresentações que fizemos nas Formações de Activismo Climático e nas sessões “À Beira de Extinção, O Que Fazer?”, “Rebelião em Lisboa” e “Primavera pelo Clima”, existe o seguinte slide.

Este slide explica que o conhecimento científico em relação às alterações climáticas tem séculos de história. Nomeadamente,

  • em 1824, o Joseph Fourier observou que existe o efeito de estufa: que há gases que aumentam a temperatura num ambiente exposto ao sol, capturando a radiação infravermelha da terra;

  • em 1859, o John Tyndall calculou o forçamento radioactivo: ele começou a quantificar a energia que vários gases com efeito de estufa capturam;

  • em 1896, o Svante Arrhenius teve já mais dados e melhores instrumentos para calcular o aquecimento global por causa da duplicação de CO2 na atmosfera (que na verdade é extremamente semelhante aos cálculos do IPCC);

  • depois da Segunda Guerra Mundial, Charles David Keeling começou a medir e documentar o aumento de CO2 na atmosfera, que produz a famosa curva de Keeling; etc.

Esta história invisibiliza o contributo da Eunice Newton Foote em 1856.

A Eunice Newton Foote, cientista, inventora e activista pelos direitos das mulheres, realizou o passo intermédio. Ela fez experiências com tubos de vidro para testar as hipóteses do Fourier e observou o efeito de estufa do CO2.

Como este vídeo do BBC Ideas explica, o trabalho da Foote foi apresentado num encontro da American Association for the Advancement of Science em agosto de 1856 e publicado no American Journal of Science of Arts.

As opções que fizemos para o slide acima foram baseadas num resumo no Wikipedia sobre o efeito de estufa. (Na verdade, a versão detalhada já menciona a Foote.) Reparámos este nosso erro muito recentemente e decidimos corrigi-lo publicamente, porque sensibilizámos centenas de pessoas e activistas naquelas sessões.

Com este slide, replicámos uma escolha editorial e contribuímos para invisibilização do contributo das mulheres no conhecimento científico, no desenvolvimento das nossas sociedades e consequentemente na nossa luta também.

As pessoas envolvidas na preparação e execução destas apresentações estão agora melhor educadas e informadas, e os slides vão ser corrigidas nas sessões futuras.

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