Galp despede trabalhadores da Refinaria de Matosinhos, impondo-lhes a fatura de uma suposta transição energética
A Galp anunciou o despedimento de 500 trabalhadores, estando ainda cerca de 1000 postos de trabalho indiretos em risco. Face aos despedimentos, o Governo chegou-se à frente para suportar o fardo da transição de laboral destes trabalhadores e também para financiar “novos negócios”. Assim, a transição energética conduzida em Portugal privilegia os lucros de quem beneficiou anos a fio com a exploração de combustíveis fósseis. Simultâneamente, garante-se que a Galp não está a conduzir qualquer transição energética, com a afirmação de que “o aprovisionamento e a distribuição de combustíveis [fósseis] no país não serão impactados por esta decisão”
Ativos financeiros da Shell desvalorizados em 22 mil milhões de dólares com queda da procura por petróleo
Tendo já reconhecido perdas de 4,5 mil milhões de perdas, as perdas reconhecidas pela Shell poderão chegar aos 22 mil milhões pelo final do ano. A Shell aponta como causa desta desvalorização as restrições às viagens devido à COVID19 e resultante fraco crescimento económico. Este deverá ser o pior ano de que há registo para as companhias petrolíferas. O preço do barril de petróleo durante este ano sofreu um colapso, tendo vindo a recuperar nos últimos meses.
Governo canadiano financia petrolíferas na hora de limpar zonas de exploração de combustíveis fósseis
O governo do Estado de Alberta afirmou que algumas das maiores petrolíferas no Canadá serão elegíveis para milhões de dólares provenientes do governo Federal para a limpeza de locais de exploração de combustíveis fósseis. Usando o pretexto do plano de estímulos económicos para fazer face à crise económica, os dinheiros públicos canadianos servirão assim para limpar a porcaria que as petrolíferas fizeram ao longo dos anos para lucrar. O total de fundos deverá chegar aos 2 mil milhões, já tendo o dinheiro começado a ser distribuído. O total do dinheiro necessário para completar as limpezas poderá chegar às dezenas de milhões de dólares, com a indústria apenas a colocar de parte uma fração do valor, deixando assim os dinheiros públicos Canadianos para cobrir a fatura.
Procura por carvão posicionada para crescer em 2,1% após ter caído em 5% este ano
A queda acumulada nos ultimos 3 anos chega a 7%, 500 milhões de toneladas. Tal como no petróleo, a quebra da atividade económica reflexo da pandemia também afetou o carvão.
José Luis Arnout afirma que a ANA Aeroportos está pronta para colocar os caterpillars no Montijo em abril
José Luis Arnout – que além de administrador da ANA conta com um passado recheado de cargos ilustres, tendo já sido Ministro e deputado pelo PSD, administrador da Goldman Sachs e ainda conta com uma presença no clube Bildberg em 2017 – entra em cena para afirmar que “Estamos preparados para pôr os ‘caterpillars’ a trabalhar”. Num webinar intitulado “Haverá retoma sem transporte aéreo?”, sublinhou inteira disponibilidade da ANA para arrancar com a obra na infraestrutura aeroportuária do Montijo, para fazer face às supostas necessidades de passageiros no futuro. Também sublinhou o que encara ser a necessidade de se rever a lei que permite que um único município ponha em causa obras “de interesse nacional”. Pelo caminho ainda disparou sobre a possibilidade de uma taxa de carbono sobre o preço dos bilhetes de avião – já altamente isentos de impostos – alegando esta matar o turismo.
Novo paper afirma que podemos estar mais próximas de 1,5Cº de aquecimento do que pensávamos
As emissões de gases com efeito de estufa poderão ter aumentado a temperatura do planeta Terra em mais 18% do que se pensava. O paper de investigadores da Universidade de East Anglia no Reino Unido estima que as temperaturas aumentaram em 1,07ºC desde a revolução industrial, em contraposto com a estimativas anterior de 0,91ºC. Em grande parte a revisão vem da forma como se estudam as temperaturas à superfície do mar. Isto implica a ainda maior urgência que existe para fazer cumprir com as metas da transição energética que impeçam o colapso climático.
Empresas petrolíferas fogem a milhões de impostos através de esquemas financeiros
Empresas petrolíferas fogem a milhões de impostos através de esquemas financeiros
De acordo com uma nova investigação da Reuters, as petrolíferas têm vindo a contornar impostos, desviando os lucros para seguradoras por si criadas e sediadas em paraísos fiscais. Em 2018 e 2019, a Shell somou cerca de 2,7 mil milhões de dólares desta forma – 7% do seu rendimento total durante esses 2 anos – ao reportar lucros em empresas sediadas nas Bermudas e nas Bahamas, as quais empregam menos de 40 pessoas. Além da Shell, também foi descoberto que BP, Chevron e Total também detêm esse tipo de sociedades subsidiárias, com sedes em países como as Bahamas, Bermudas, Guernsey, Suíça e Irlanda. Por exemplo, a BP contava perto de 1600 entidades subsidiárias, muitas sediadas em jurisdições (paraísos fiscais) e territórios onde não se vislumbra atividade ligada à indústria petrolífera. Apesar de serem errados em todos os aspetos, estes esquemas não são ilegais.
Uma nova estirpe da COVID-19 altamente contagiosa faz soar os alarmes
Com as vacinações a avançar em vários países, surge agora um revés no combate à pandemia global, com o a nova estirpe a afetar para já particularmente o Reino Unido. Esta é até 70% mais contagiosa do que a estirpe mais comum na Europa e já se encontra em vários países como a Dinamarca, Itália, Bélgica e África do Sul. No entanto, esta será uma variante que não tem mais risco de complicações hospitalares do que as anteriores. Ainda não existem confirmações se as vacinas atuais não serão eficazes contra esta estirpe. Teme-se que esta nova estirpe seja a causa do aumento de casos no Reino Unido, tendo este decretado um novo confinamento durante o dia de Natal. Face a isto, vários países apertaram o controlo de deslocações vindas do Reino Unido.
A Unicef vê-se forçada a internvir no Reino Unido pela primeira vez em 70 anos
No ambito da COVID-19 e da degradação económica e social, face à qual o Reino Unido não tem sabido dar resposta, a Unicef interveio no Reino Unido para alimentar crianças. Esta necessidade de intervenção num país considerado altamente rico desenvolvido é considerado reflexo de um falhanço institucional, com instituições internacionais, não apenas de caridade local, a terem que intervir na ausência de um estado social eficaz. O dinheiro disponibilizado pela Unicef na zona Sul de Londres está a ser usado para assegurar 18.000 pequenos-almoços em 25 escolas.
Segue os artigos desta semana: