Não há.
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O Climáximo, colectivo pela justiça climática, sublinha a falta do reconhecimento da emergência climática nas campanhas para as eleições presidenciais, apesar dos vários alertas, não só pela comunidade científica, mas também pela sociedade civil, ao longo dos últimos anos.
Neste contexto, o Climáximo enviou um inquérito a todos os candidatos presidenciais confirmados, pedindo esclarecimento acerca da posição do/a candidato/a sobre as alterações climáticas e uma tomada de posição em relação à seguinte frase:
“Assumo publicamente que a minha presidência, no caso de se concretizar, será uma presidência de emergência climática e comprometo-me a não promulgar um Orçamento do Estado que aumentará as emissões de gases com efeito de estufa, nomeadamente se este previr novos projectos de combustíveis fósseis, expansão das infraestruturas poluentes ou subsídios a estas mesmas indústrias.”
Os candidatos foram contactados primeiro em Novembro, e numa segunda vez em Dezembro. Até este dia, nenhum/a dos/das candidatos/as se comprometeu a ser um/a presidente pelo clima.
O colectivo conclui, assim, que todos/as os/as candidatos/as estão confortáveis em se inserir num sistema político que compactua com um aumento das emissões de gases com efeito de estufa. Em comparação, a ciência climática diz muito claramente que devemos reduzir as emissões globais 11% ao ano, todos os anos a partir de hoje, de forma a travar o caos climático.
O Climáximo destaca o falhanço metódico e perpetuado das instituições políticas, incluindo a presidência portuguesa, em enfrentar a crise climática.
Fontes:
IPCC Special Report on the Global Warming of 1.5ºC : https://www.ipcc.ch/sr15/
Carbon Budget Calculator: https://carbonbudgetcalculator.com/
Actualização – 13 de Janeiro de 2020
O inquérito foi enviado a todas/os candidatas/os presidenciais em Novembro e Dezembro, e por não termos recebido respostas foi lançado um comunicado a indicar a falta de compromisso.
Contudo, a Marisa Matias, no seu discurso no comício de 11 de Janeiro [30m25s] subscreveu com a seguinte declaração:
“Em tempos de emergência climática, a função do presidente da República é essencial para determinar os impactos climáticos positivos de todas as medidas da política pública. A transição energética é essencial para a resposta à crise – e não falo da crise climática, falo também da crise económica e da crise social.
É por isso que me comprometo com uma presidência de emergência climática e a não promulgar qualquer legislação que aumente as emissões de gases com efeito de estufa, nomeadamente se admitir novos projectos de combustíveis fósseis, expansão das infraestruturas poluentes ou subsídios a estas indústrias. É esse o meu compromisso” .
Actualizamos assim a nossa comunicação anterior, estando sempre disponíveis para emendar se outras/os candidatas/os se pronunciarem sobre o inquérito.