Verão de fogos na Europa e não só
As condições climatéricas deterioram-se na Europa, e, em especial, na bacia do mediterrâneo que sofreu fogos florestais intensos este verão. A 18 de Agosto tinham-se registado 1400 fogos na Europa, contra a média de 800.
Os territórios estão, progressivamente, a tornarem-se mais secos e menos vegetados tal como a ciência tem vindo a afirmar ao longo dos anos. Para já as únicas políticas efetuadas têm sido as de adaptação. Damos agora especial destaque para os incêndios em vários locais.
Na Turquia contavam-se as mortes de 8 pessoas, para além de que mais de 500 necessitaram de assistência médica e milhares evacuaram as suas casas. 111 fogos arderam no país em 32 províncias.
Na Grécia chegaram-se a combater mais de 400 fogos em simultâneo com as chamas a chegar às portas da capital Atenas.
Em Itália, onde o recorde de temperaturas da Europa foi batido na cidade de Siracusa com 48,8ºC os incêndios também foram intensos.
Fora da Europa, destaque para o caso da Argélia, onde quase 70 vidas foram colhidas devido aos incêndios, e na Califórnia aconteceu o segundo maior fogo registado de sempre desse estado estadunidense com 275.000 hectares consumidos pelas chamas.
A sexta edição do relatório foi lançada, onde seguindo as atuais políticas climáticas dos países nem o objetivo de manter o aumento médio global das temperaturas abaixo dos 1,5ºC nem dos 2ºC deverão ser cumpridos, assim lançando os seus efeitos catastróficos irreversíveis pelo globo. Este aponta que já foi ultrapassada a barreira de 1,1ºC de aquecimento, com os sumidouros de temperatura naturais como os solos e os oceanos a serem cada vez menos capazes de atenuar as consequências.
Apontam as já conhecidas consequências como precipitações desreguladas, ondas de calor e tempestades para se tornarem cada vez mais frequentes. Especial destaque para os chamados pontos sem retorno, como o colapso das massas de gelo ou a desregulação da circulação dos oceanos estarem cada vez mais próximos de serem ultrapassados.
Extinction Rebellion lança a Impossible Rebellion
Está agora na segunda de duas semanas a Impossible Rebellion do XR. Tem se focado em ocupações no centro de Londres com destaque para uma mesa gigante colocada perto de Leicester Square como o lema “Cheguem-se à mesa”. Várias outras ações têm vindo a acontecer como a entrada na Catedral de São Paulo, colagens a lojas de fast fashion e protestos em vários alvos do setor financeiro, e até a sede da ONG WFF em sinal de protesto contra a as suas “reservas naturais” em países do Sul Global e relações com empresas como a Shell.
Além das no Reino Unido várias outras ações têm vindo a acontecer, com vários grupos escandinavos a convergir na Noruega e apontar para a ligação suja deste país com o petróleo.
Ende Gelande bloqueia infraestrutura em semana de ação
Foi bloqueado o canal que segue para Hamburgo, numa zona onde estão presentes infraestruturas de petróleo e de indústria química e onde se planeia instalar um terminal de gás fóssil. Usando canoas, todo o tráfego do canal foi interrompido. 15 ativistas foram detidos, inclusíve Esteban Servat, ativista argentino da zona de Vaca Muerta afetada pelo fracking.
Acampamento de protesto contra a Mina do Barroso
Aconteceu o acampamento contra a mineração no âmbito da chamada agenda do lítio nesta zona no norte de Portugal. Foram cerca de 100 pessoas em cinco dias de acampada organizado pela Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso. Foi enfatizado pela organização a oposição à “a presença de um projeto com elevados impactos ambientais e sociais para a população, que está a poucos metros da aldeia, e irá transformar significativamente a qualidade de vida das pessoas e do ambiente”. Este contou com a presença de várias organizações, desde a Greve Climática Estudantil, a Caravana Zapatista e ativistas da Galiza.