No passado dia 3 de setembro, decorreu o fórum de discussão do Climáximo subordinado ao tema “51%: facto ou ficção”, como parte do evento Worldwide Vegan Chalking Night 2021, no Porto. O objetivo do fórum era discutir, entre ativistas pelos direitos dos animais, o transporte de animais em contexto de crise climática – as emissões decorrentes do transporte de animais devem ser incluídas nos cálculos do impacto ambiental da pecuária? Como será o transporte num mundo vegano? Devem as ativistas pelos direitos dos animais combater também o uso do petróleo?
A primeira conclusão consensual entre todas as participantes foi de que, efetivamente, a pecuária, isolada, não é responsável por 51% das emissões de gases com efeito de estufa. No entanto, deve ser salientada a ligação entre a indústria pecuária e a dos transportes, incluindo no que diz respeito ao impacto que o próprio processo de extração de petróleo tem na fauna local.
Num mundo vegano, as participantes idealizaram o recurso a transportes movidos a energia renovável, o consumo de produtos locais e sazonais e um investimento em educação para a produção alimentar em regime comunitário. Além disso, o investimento em mobilidade suave e transportes públicos sustentáveis também foi uma das soluções apontadas.
Por fim, concluiu-se que, por coerência com o supracitado, a luta pelos animais está intrinsecamente ligada à justiça climática. Assim sendo, foram sugeridas várias formas de mobilização das ativistas da causa animal: sensibilizar a população para os efeitos nefastos do petróleo, organizar manifestações, votar em partidos ambientalistas, pôr pressão no governo e nas autarquias e responsabilizar as empresas poluidoras através de ações de desobediência civil.
Todas somos aliadas na luta contra o colapso climático. Compromete-te a sair às ruas no dia 18 de novembro, para uma ação disruptiva de desobediência civil na Refinaria da Galp, em Sines: https://www.vamos-juntas.pt/.