Gases de efeito de estufa atingem nível recorde em 2020 apesar do confinamento
Os níveis de GEE são os mais altos já experienciados pela espécie humana. Seria necessário recuar 3 a 5 milhões de anos para obtermos níveis semelhantes de GEE, sendo que nesse período a temperatura global era 2 a 3 graus Celsius superior e o nível da água 10 a 20 metros acima do atual. A concentração de GEE é, neste momento, 50% superior à concentração presente na época precedente à revolução industrial.
COP26: Vazamento de documento revela nações a fazer lobby para mudar relatório climático importante
Um enorme vazamento de documentos apresentado pela BBC News mostra a tentativa por parte de países em realizar alterações ao plano que se definiu para lidar com as alterações climáticas.
Encontra-se na proposta, por parte de alguns países, de acalmar o afastamento dos combustíveis fósseis; o questionamento da estratégia que visa aos países mais ricos de pagar mais aos estados mais pobres para migrarem para tecnologias mais verdes; a proposta de retirada de frases que indiciem um apelo à urgência climática; a necessidade de redução do consumo de carne para cortar as emissões de gases de efeito estufa; e a colocação de uma carga mais positiva posta atrás do papel da energia nuclear.
Esta partilha de preocupações levanta questões em relação à COP26 de novembro. Revela um recuo nas recomendações da ONU para a ação, dias antes de serem convidados a fazer compromissos significativos para desacelerar as mudanças climáticas e manter o aquecimento global em 1,5 graus Celsius.
Investigadores utilizaram os arquivos do grupo petrolífero e descobriram uma investigação publicada no jornal Total em 1971, que explicava que a queima de combustíveis fósseis resultava na “libertação de enormes quantidades de dióxido de carbono”.
O artigo mencionava que o consumo contínuo aumentaria os níveis de dióxido de carbono para níveis “preocupantes”. A investigação acusa a Total de negarem esta ciência até o início da década de 1990.
Deste modo, a Notre Affaire à Tous e 350.org lançaram uma campanha que pede às autoridades públicas que responsabilizem a empresa e que apela aos grandes bancos para que cortem relações com a TotalEnergies. Criaram uma petição que será enviada aos CEOs desses institutos financeiros. Estas organizações sublinham ainda como a TotalEnergies pretende continuar a aumentar a sua capacidade de produção de combustíveis fósseis e continuar com projetos “devastadores” em regiões protegidas.
Espanha propõe mudar o mecanismo histórico de formação de preços de eletricidade na Europa
A proposta do governo espanhol sublinha que em vez de termos um preço de mercado marginalista marcado pela última oferta de preço – que é derivado principalmente pelas centrais de ciclo combinado a gás natural – este seria definido por um valor médio entre esse valor mais elevado e o custo médio que provém de fontes mais baratas.
A proposta ainda vai mais além e defende um limite de preço nas ofertas de eletricidade do gás natural. É estimado que cada euro a mais no preço do megawatt hora do gás natural represente um aumento de custo 2,7 milhões de euros por ano aos consumidores europeus.
Mais de uma centena protestam em Lisboa contra preço dos combustíveis
Mais de uma centena de pessoas manifestaram-se esta quinta-feira, em Lisboa, contra a subida do preço dos combustíveis, tecendo críticas ao Governo.
Apoiados pelo Movimento Cumprir Portugal, os manifestantes concentraram-se no Saldanha e seguiram até ao Rossio.
Os manifestantes citaram a fiscal sobre os combustíveis ser um impedimento para o desenvolvimento da economia e a injustiça social que este aumento de preços implica. O movimento mostrou-se assertivo e decidido a manifestar-se até que os preços voltem a descer.
Estranhamente, nenhumas críticas se dirigem à Galp e às petrolíferas que são em grande medida responsáveis por este aumento gradual dos preços, sendo que vão aproveitando que o governo leve com as culpas enquanto estas aumentam a sua margem de lucro. Nesse sentido, o Governo pretende limitar margens na comercialização de combustíveis com um diploma publicado em Diário da República e que entra em vigor esta sexta-feira.
Governo usa IVAucher para baixar preço dos combustíveis em 10 cêntimos por litro
O ministro das Finanças anunciou esta sexta-feira que o Governo vai começar a devolver, em novembro, aos portugueses 10 cêntimos por litro de combustível até março de 2022, até a um máximo de 50 litros por mês, através da plataforma IVAucher. Ou seja, no máximo o desconto mensal nos combustíveis será de cinco euros por pessoa e de 25 euros no total dos cinco meses. João Leão estima que este “desconto” para os contribuintes irá custar 133 milhões de euros nos cinco meses.
Tanto o governo como o Presidente da República justificam a intervenção do estado no mercado como necessária face à crise financeira e social e, portanto, assim se mantém o hábito de subsidiar os combustíveis fósseis, mas nunca esquecendo “o objetivo fundamental” do combate às alterações climáticas.
Cinco autarcas do Minho e cerca de mil pessoas em protesto contra o lítio
Sob o lema “O Minho Unido contra as Minas”, cerca de um milhar de manifestantes percorreram o centro de Viana do Castelo contra a exploração de lítio na região. O protesto fora organizado por quatro movimentos cívicos minhotos contra a exploração de lítio, dentro das quais estavam cinco presidentes de câmara da região.
Entre comentários de autarcas e artistas populares conhecidos, partilham-se objeções à exploração do Lítio neste local e a defesa do Minho. Miguel Alves, autarca de Caminha declarou: “Daqui de Viana sai uma grande mensagem também para as multinacionais de exploração mineira de lítio: nós somos um povo hospitaleiro, o Minho é de gente hospitaleira, mas aqui no nosso território, aqui na Serra d’Arga não são bem-vindos”.
Paragem em Sines vai custar até 10 milhões à Galp
Um acidente na unidade de destilação atmosférica de Sines levou à paragem nas operações e irá obrigar a trabalhos de reparação na ordem dos 10 milhões de euros. Este acidente aconteceu no início de outubro. Os trabalhos de reparação deverão estar terminados até ao final do ano. Este cenário terá impacto nos lucros neste quarto trimestre, sendo que a Galp, entretanto, anunciou que terminou o terceiro trimestre de 2021 com lucros de 161 milhões de euros.