Ativistas por justiça climática prometem bloquear maior fonte de emissões do país, esta quinta-feira, com reivindicações que “contrastam totalmente com o blah blah blah de um Ministro que fala de Transição Justa e deixa ao abandono milhares de trabalhadores com promessas de falsas soluções”
*
Na sequência das declarações do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, que acusou o movimento de justiça climática de ser “incapaz de conduzir uma transição que seja justa”, o colectivo Climáximo reforçou hoje em comunicado as propostas e soluções que vai reivindicar através de uma ação de bloqueio da Refinaria da Galp em Sines, na próxima quinta-feira às 13.30.
“É curioso ouvir um Ministro do Ambiente dizer que é profundamente negativo o desejo de que a liderança do processo de transição justa seja nas ruas, quando já vamos em 26 COPs sem resultados, e vemos o que isso quer dizer em Portugal” refere Mariana Gomes, uma das porta-vozes da ação, apontando que “ficamos sem justiça e sem transição, quando um Governo incapaz deixa fechar uma refinaria e duas centrais a carvão fechadas sem soluções para os trabalhadores e permitindo uma expansão de renováveis no Norte Global acompanhada de uma expansão de fósseis por todo o mundo”.
Acrescenta ainda a interrogação direta a Matos Fernandes: “quer-nos convencer que é preciso confiar nas instituições que nos estão a levar ao colapso total enquanto trauteiam as palavras do nosso movimento? A nossa esperança só pode estar nas ruas“.
A ação “Vamos Juntas!” faz parte da campanha global Collapse Total – que promete causar disrupção à Total Energies e empresas líderes na produção de combustíveis fósseis durante esta semana – e reivindica o encerramento planeado e gradual da Refinaria de Sines até 2025, uma transição justa que responsabilize a Galp e envolva trabalhadores e comunidades afectadas, e um futuro muito próximo com democracia energética em Sines e no país.
Carolina Falcato, outra das porta-vozes da ação explica que “torna-se claro com as nossas propostas quem é que tem soluções e quem é que só tem engodo para nos dar enquanto se deixa chantagear pela Galp, que teve o desplante de vir a público a semana passada exigir investimento público se quisermos ver algum tipo de justiça na transição”.
“Não vamos ficar à espera de promessas falsas para o corte necessário de 75% das emissões em Portugal até 2030, vamos assumir a nossa responsabilidade enquanto movimento, pela história que tem de ser construída para travar o colapso climático e apelamos a que muitas outras pessoas venham juntas connosco”, remata Carolina.