Relato: 8º dia da Caravana pela Justiça Climática | 9 Abril

Relatos do que aconteceu a cada dia, escritos por quem lá está.


Entre 2 a 16 de Abril fomos mais de 120 pessoas a participar na Caravana pela Justiça Climática!
Descobre o que aconteceu nos restantes dias no Wrap up Caravana pela Justiça Climática.


O dia começou com a rotina habitual: alvorada, pequeno-almoço e assembleia para discutir os assuntos correntes da Caravana. Dada a forte afluência de novas pessoas durante o final do dia anterior, houve ainda espaço para introduzir as recém-chegadas e alocá-las nos grupos base que servem de suporte durante toda a Caravana.

O início da marcha da Caravana foi marcada pela travessa de uma barragem imponente sobre o rio Zêzere, não podendo deixar de notar que o caudal deste rio afluente do Tejo se encontrava nitidamente baixo. Apesar da chuva das últimas semanas, os efeitos da falta de chuva dos últimos meses ainda são evidentes. Toda a situação serviu de lembrete a quem se encontra na Caravana: caso as alterações climáticas não sejam travadas, a escassez de água será o novo normal.

A meteorologia chuvosa da noite prolongou-se pelo início da manhã, e assim os primeiros quilómetros foram marcados pela importância do agasalho impermeável à chuva. Um total de 19 quilómetros foi percorrido de Pedrogão Grande até Cernache do Bonjardim. A chuva foi-se dissipando ao longo do dia, e a água nos cantis foi essencial para fazer face às temperaturas mais altas. Houve um total de duas pausas para restabelecer energia, sendo a segunda crucial para almoçar.

Chegando a Cernache do Bonjardim, prontamente seguimos para o ginásio da escola local, o local onde a noite seria passada. Este local foi gentilmente disponibilizado pela Junta de Freguesia local, e foi também com a ajuda desta que se organizou a Ciranda do dia.

(Re)vê a Ciranda “Regeneração natural e planeamento da floresta” no Jardim da Memória AQUI.

Transmissão de PTRevolutionTV

Cernache é uma terra arborizada, assim assolada pelo problema da plantação massiva e industrial de eucaliptos – não tendo escapado ilesa aos incêndios do ano de 2017. O que fazer no caso de tal tragédia se repetir, que tipo de floresta é necessária para o bem comum da zona, o papel das grandes empresas nesta zona e o que impede a zona e o país de terem a política florestal necessária foram os grandes temas da sessão.

Seguidamente, seguiu-se o jantar num dos locais mais emblemáticos de Cernache – o seminário de padres. Este seminário foi outrora uma referência do país, sendo o local onde eram formados os padres missionários enviados para as colónias. Um edifício imponente complementado por vários hectares onde a Caravana teve a oportunidade de conhecer, com a presença do padre que dirige a instituição, que não hesitou em partilhar o vinho produzido nas vinhas do seminário.

No final do dia, assistiu-se a uma projeção de vídeos que foi complementada com uma discussão sobre quais os meios para atingir as metas climáticas. Consumos individuais versus mudança sistémica, quem ganha com a crise climática, que tipo de movimento climático é necessário, foram alguns dos pontos sobre os quais a discussão passou.


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