No dia 9 de Julho, o Acampamento 1.5 foi, da parte da manhã, levar a Transição Justa à Refinaria da Galp, em Sines. A Transição Justa não só entrou na refinaria, nas mãos de sete ativistas, mas também foi comunicada por centenas de ativistas mais, aos trabalhadores da refinaria, tanto no portão principal como no portão secundário. Bloqueámos a infraestrutura que mais emite gases com efeito de estufa em Portugal para reivindicar uma Transição Energética Justa e Rápida, liderada pelos trabalhadores e as comunidades locais, guiada pela ciência climática, dirigida pela justiça social, e que responsabilize financeiramente a Galp e os seus acionistas pelos custos da transição.
Ficámos em frente ao Portão principal da Refinaria durante várias horas, aguardando a libertação das sete ativistas retidas no interior da infraestrutura. Durante todo esse tempo mantivemos a animação, espírito de resistência e luta, e nunca esquecemos o que lá nos tinha levado.
Depois de recebermos de volta as ativistas e de termos cumprido a nossa missão na refinaria, seguimos para o centro de Sines. Fizemos uma apresentação e discussão sobre o relatório “Por uma Transição Justa para Sines”, que foi distribuído e entrou na refinaria. Do Jardim da Praça da República em Sines seguimos até ao Porto, reivindicando uma transição justa para o Porto de Sines. No caminho seguimos comunicando e espalhando o plano de transição, que nos permite ficar abaixo dos 1.5ºC de aquecimento, enquanto garantido justiça.
Chegando ao acampamento tivemos o prazer de receber a visita do Chico “Cheinho”, um dos dirigentes da Greve Verde de Sines, que em 1982 bloqueou o Porto de Sines. Esta foi conduzida por pescadores que reivindicavam um sistema de tratamento de águas industriais que estavam a contaminar os seus mares, meios de subsistência e alimentos, e que ainda hoje inspira as gerações mais novas em Sines e todo o Portugal. O Chico veio dar-nos o seu testemunho e a sua força, mostrando-nos como a luta coletiva pode realmente suceder.
O dia acabou com um atuação do Grupo de Música Popular Falta, que nos veio alegrar e inspirar com música tradicional alentejana, ao som da qual ativistas dançaram e celebraram. Depois disso, o arraial de encerramento continuou ao som do Munay, que não deixou as nossas pernas descansarem, e que animou o palco e todo o acampamento.