Seguindo a convocatória da coligação nacional “Unir contra o fracasso climático”, vai realizar-se uma marcha em Lisboa no dia 12 de novembro, sábado, às 14:00, com ponto de encontro no Campo Pequeno.
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A COP27 – Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas decorrerá entre os dias 6 e 18 de novembro em Sharm el-Sheik, no Egipto. A COP27 acontecerá num momento crítico para a ação climática e com forte convergência de múltiplas crises, interconexas, que têm impactos nefastos nas pessoas, nos ecossistemas e no clima. Além disso, a COP27 realiza-se num local que sofreu imensas críticas da sociedade civil, não só pelo significado da escolha do país, mas também por afastar a participação de ativistas e sociedade civil local e internacional.
Vale a pena salientar que a cada ano que passa de inação e de promessas não cumpridas, perde-se a confiança no Acordo de Paris. Mesmo o porquê, depois de 27 anos de negociações, o mundo continua dependente dos combustíveis fósseis e dos países que os controlam. A indústria dos combustíveis fósseis, com lucros recordes, estão na base da crise climática. O custo de vida está a aumentar, a crise, a guerra tudo causa cada vez mais instabilidade mundial. Não podemos apostar em projetos de combustíveis fósseis ou a “pintar” de verde tais projetos. Isso é o fracasso climático.
Um outro sinal de fracasso é perceber que com 1,2ºC, já passamos por um verão catastrófico em termos de clima: a maior seca dos últimos 500 anos na Europa, a seca da China que não tem paralelo na História, as inundações no Paquistão que ainda alagam um terço de um dos maiores países do mundo e incêndios, fogos e furacões, assolando todos os oceanos e florestas do planeta.
Além disso, a zona segura de acordo com o IPCC é 1,5 ºC até ao final do século, ou seja, 0,3 ºC mais do que atual. O UN Emissions Gap Report 2022 diz que com as políticas atuais espera-se um aumento de 2,8ºC, ou seja 1,6ºC a mais do que o atual. E os impactos podem ser cada vez mais devastadores nos países, principalmente no Sul Global, que são os que menos contribuem para as alterações climáticas, mas são os que mais sofrem os impactos.
Uma transição com justiça social e climática, transparente, participativa e inclusiva é o que todos nós queremos. Já temos imensos documentos e planos para serem postos em prática e outros que precisam de uma maior ambição nas metas, mas estamos aqui para trabalharmos juntos e acima de tudo, agirmos juntos. Nós, cidadãos e cidadãs, podemos exigir e construir um mundo melhor.
As soluções verdadeiras e transformadoras de que precisamos para sobreviver e construir um mundo mais justo só podem ser alcançadas através da ação coletiva, solidariedade e coordenação, das nossas comunidades locais e internacionais.
Neste âmbito, a coligação nacional convoca uma Quinzena de Ações que começa no dia 7 de novembro e uma marcha no dia 12 de novembro (às 14h, no Campo Pequeno, em Lisboa), para exigir políticas climáticas compatíveis com a realidade climática.
Juntas e juntos podemos pressionar por ações para que a mudança aconteça.