Ação da Campanha Empregos para o Clima –
Os trabalhadores dos bares e serviço de bordo dos comboios da CP estão sem receber salários há mais de dois meses. Estão num Acampamento de Luta na entrada principal da estação de Santa Apolónia em Lisboa e na estação da Campanha no Porto. Exigem:
– o pagamento dos salários em atraso (estando sem receber desde fevereiro);
– a manutenção dos 130 postos de trabalho, e
– a integração nos quadros da CP.
Estes são trabalhadores de transportes públicos, cujos postos de trabalho foram entregues aos “mecanismos de mercado” que falharam mais uma vez. A empresa privada que geria os bares ficou com dívidas a várias entidades, inclusive, desde Fevereiro, aos trabalhadores, e abandonou-os. Os trabalhadores, por sua vez, exigem emprego digno e público.
A luta deles é uma luta por Empregos para o Clima: empregos públicos em setores que cortam as emissões.
No passado dia 8, sábado, o Grupo de Trabalho “Transportes Públicos e Mobilidade” da campanha Empregos para o Clima organizou uma visita de solidariedade ao Acampamento de Luta, em conjunto com ativistas de várias organizações pela justiça climática.
Quando se fala de descarbonização, fala-se demasiado nas abstrações e nos conceitos. Descarbonização não é um assunto técnico e não vai ser dirigido pelas empresas e governos que produzem relatórios, comunicados e compromissos. Vai ser dirigido pelos trabalhadores em luta e vai ser feito por ação. O Acampamento de Luta dos trabalhadores dos bares da CP é uma linha de frente da Transição Justa.
O Luís Baptista, um dos trabalhadores no acampamento e dirigente do Sindicato de Hotelaria do Sul, considera que: “Todos os trabalhadores estão unidos em luta para exigir uma resposta clara por parte da CP que lhes garante uma vida digna”.
Na intersecção da crise climática e da crise de custo de vida, é essencial garantir emprego digno para os trabalhadores dos transportes públicos. Não há descarbonização sem trabalho digno nos transportes públicos. Não há justiça climática sem justiça social.