Os factos são bem conhecidos e consensuais: o aquecimento global antropogénico é uma realidade; é imperativo manter o aumento de temperatura abaixo dos 2ºC; é preciso para isso manter 80% das reservas fósseis no subsolo, ou em 40 anos teremos 150 MILHÕES de refugiados climáticos – cento e cinquenta milhões, um 15 com seis zeros à frente…
Sabemos ler. E contar. Mas espera… sabemos compreender?
Difícil. O que significa uma massa humana de 150 milhões ser forçada por catástrofes metereológicas, pragas, secas, inundações a deixar tudo e rumar sem posses ao desconhecido?
Fenómeno psicológico interessante: sabemos os factos, aceitamos os factos. Mas não chegamos a entendê-los.
Assim, esta sessão não vai focar-se nos factos, mas na experiência, no exercício imaginativo: o que os factos significam. Abre a mente e a imaginação e vem participar numa experiência caótico-climática.
Sabemos que vai valer a pena.
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2014 foi o ano mais quente de que há registo. Desde o início do milénio registaram-se os 10 anos mais quentes de sempre. O último relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas não deixa dúvidas: se continuarmos a emitir gases ao ritmo actual, em 2100 a temperatura terá aumentado pelo menos 4ºC a nível global. Na região do Mediterrâneo a temperatura já aumentou 2ºC desde 1970. Que fazer?
Em Dezembro de 2015 realizar-se-á a Conferência do Clima em Paris e é importante perceber que a continuarmos no actual rumo, poucos ou nenhuns compromissos serão atingidos. Nós, os de baixo, precisamos de ter um clima habitável. São os pobres que sofrerão o impacto máximo das alterações climáticas.
Não há maneira de escaparmos ao que já é uma realidade: temos de reduzir as emissões de gases de efeito de estufa em 80% ao nível mundial para evitar um aumento de 2ºC da temperatura global, o que alteraria drasticamente as condições de habitabilidade para milhões de pessoas em todo o planeta.
Com a crise financeira, o ambiente e o clima desapareceram da agenda pública, da agenda social, dos movimentos sociais. Precisamos recuperar a sua centralidade e construir de baixo respostas e propostas para travar o Clima Máximo. É um dos maiores desafios da nossa vida e da História da Humanidade. Vamos a ele!
O evento no Facebook, aqui.