Há uma série de produtos e esquemas financeiros a serem apresentados e aplicados como supostas “soluções” para a crise climática. Ouvi já falar de vários, e dos seus problemas. Mas só ontem, numa sessão sobre “financeirização da natureza”, realmente entendi porque é que NENHUM mecanismo de mercado poderá ser solução. E é essencialmente um problema de tradução: tenta-se traduzir danos aos ecossistemas e comunidades locais por dinheiro, e depois convertê-lo de volta em compensações para estes danos. Este exercício aparece de forma automática e não problemática, mas é aquilo que permite (por exemplo) converter o derrube de floresta amazónica virgem, a extinção massiva de biodiversidade ou a expulsão de uma comunidade do seu território ancestral em “equivalentes” plantações de eucaliptos num local conveniente.
A M