Nesta página, podes encontrar o programa detalhada do 3º Encontro Nacional pela Justiça Climática, que acontecerá no dia 11 de fevereiro, Domingo, na FCUL.
Oásis ou Deserto? Incêndios, floresta e alterações climáticas em Portugal
10h30 – 12h00 ; Sala 6.2.49
Em 2017 deram-se os maiores incêndios florestais da História do país, devastando mais de 400 mil hectares e matando mais de 100 pessoas. Temperaturas extremas e humidades desérticas foram a ignição para um território abandonado, espartilhado e entregue à indústria da celulose. Com os cenários climáticos futuros em cima da mesa, é imprescindível tomar decisões de fundo: manter o modelo das últimas décadas e tornar o território num deserto, ou mudar drasticamente as regras do jogo para que a floresta seja uma ferramenta central para defender território, pessoas, solos e água.
Com:
- João Camargo, investigador em alterações climáticas, Climáximo
- Paulo Pimenta de Castro, engº florestal, presidente da Acréscimo
- Pedro Matos Soares, geofísico, investigador da Faculdade de Ciências, UL
Mineração nos fundos marinhos
10h30 – 12h00 ; Sala 6.2.50
A perspetiva extrativista é-nos praticamente inata e acompanha-nos desde o início da Humanidade. Depois da prospeção petrolífera, tenta-se ultrapassar a última grande barreira e a mineração dos fundos marinhos aparece como uma possibilidade para Portugal. Haverá realmente esta necessidade numa altura em que se tenta inverter a crise climática? Não teremos já à nossa disposição tecnologia que nos permite subsistir sem precisarmos de iniciar a atividade de extração de minérios raros dos fundos dos nossos mares? Qual é a sustentabilidade desta atividade? E estão os impactos nos fundos devidamente estudados e acautelados? Para fazer face a esta nova realidade, surgiu no final de 2017, a Oceano Livre, uma coligação anti-mineração que inclui algumas das mais reconhecidas ONG portuguesas.
Nesta sessão, incluída no Encontro Nacional de Justiça Climática, falaremos sobre onde estamos no que toca à mineração em mar profundo em Portugal, quais os riscos associados a esta atividade e pretendemos gerar uma discussão sobre a real necessidade de a iniciar, contrastando-a com os compromissos ambientais assumidos pela maior parte dos países desenvolvidos.
Transportes Públicos para o Clima
12h30 – 13h30 ; Sala 6.2.49
Os transportes públicos coletivos são mais do que uma solução óbvia para os problemas da mobilidade: uma necessidade social. Incentivar os transportes públicos de qualidade para toda a gente alcança de uma vez mais direito à cidade, mais justiça social, criação de emprego e combate às alterações climáticas. Nesta sessão, promovida pela campanha Empregos para o Clima, teremos o cruzamento das visões da academia, trabalhadores e ativistas sobre este tema.
Pedro Nunes, especialista na área da mobilidade na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, vai explicar-nos como os transportes coletivos podem contribuir para reduzir as emissões das gases com efeito de estufa.
José Manuel Oliveira e Manuel Leal da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) vão falar-nos sobre as condições de trabalho e investimento no metropolitano de Lisboa e no setor ferroviário.
Ana Mourão, da campanha Empregos para o Clima irá moderar esta sessão. A campanha Empregos para o Clima reivindica a criação de 20 a 30 mil novos postos de trabalho no setor dos transportes para reduzir as emissões poluentes do setor.
MIC: o obstáculo mais insidioso à Justiça Climática
12h30 – 13h30 ; Sala 6.2.50
Na procura de estar algumas jogadas à frente dos activistas climáticos (entre outras razões), as grandes multinacionais têm lutado pela implementação de acordos comerciais com cláusulas de protecção do investimentos que manietam os responsáveis políticos caso legislem no sentido de proteger o ambiente de forma que coloque em causa as suas expectativas de lucro (“expropriação indirecta”). No entanto, a mobilização das populações contra este tipo de acordos torna a sua implementação mais difícil. O Tribunal Multilateral de Investimento (cuja sigla inglesa é MIC) surge como uma forma de contornar a mobilização dos cidadãos e garantir um sistema de justiça paralela para as multinacionais sem ter de implementar os esquemas de protecção do investimento país a país.
Orador: Pascal Subra.
Imigração e Clima
15h00 – 16h00 ; Sala 6.2.49
Refugiados climáticos são imigrantes que abandonaram as suas casas e modo de vida devido a desastres ambientais associados às mudanças climáticas, como furações, secas prolongadas ou inundações. Nesta sessão vamos tentar perceber, na primeira pessoa, como a degradação do ambiente pode levar alguém a procurar o seu futuro longe de casa.
Exploração de combustíveis fósseis em Portugal – quais as alternativas?
15h00 – 16h00 ; Sala 6.2.50
Portugal tem que cortar em 64% as emissões de gases de efeito de estufa em 15 anos e isto não se conseguirá se começarmos a extrair petróleo e gás. Neste momento, existem 5 contratos ativos em Portugal. Na zona litoral alentejano, a Galp quer furar e na Batalha e Pombal, a Australis tem 2 contratos que lhe permite fazer fracking. No meio desta irresponsabilidade, a União Europeia quer construir um gasoduto de 162 km, para ligar Portugal e Espanha. Esse gasoduto passa no Alto Douro Vinhateiro e 30% será em floresta, o que levará à desflorestação dessa zona. Será feita uma faixa(se deixarmos) que, no geral, terá cerca de 20 metros de largura e 162km’s de comprimento. Cerca de 48km será em floresta. O gás é uma falsa solução e Quando se discute Justiça Climática, é imperativo falar-se de alternativas ao uso de combustíveis fósseis. Somos muitas vezes assaltados pelos argumentos dogmáticos de que apenas mantendo o nível atual de exploração de recursos iremos fazer face às exigências da crescente população humana, mas hoje sabemos que há alternativas! As energias renováveis são a resposta que procuramos quando falamos da busca por mais eficiência energética e por menores impactos no meio. Com maior ou menor investimento, são uma fiável e inesgotável fonte de energia que permitirá à Humanidade continuar a prosperar de forma mais consciente e responsável. Começar a fazer uma verdadeira aposta em fontes de energia renováveis é o que distinguirá no futuro os governos que estão seriamente empenhados em reverter a crise climática atual dos que continuam a evitar o assunto.
É urgente mudar o paradigma e, para isso, traremos a esta sessão oradores que estão ligados por várias vias à inovação e investigação nesta emergente e cada vez mais necessária área. Falaremos de Portugal, das oportunidades que o país apresenta, de exemplos bem-sucedidos e do que, enquanto cidadãos, podemos fazer para pressionar os governantes a seguirem o caminho correto.
Como lutar contra os combustíveis fósseis: Experiências internacionais
16h30 – 17h30 ; Anfiteatro 6.1.36
Neste sessão, vamos ouvir as experiências das lutas contra as infraestruturas de combustíveis fósseis no mundo, com convidad@s especiais do Brasil, do Reino Unido, e da Alemanha.
Convidad@s especiais
– Lise (Reclaim the Power, Reino Unido)
– Laura (Ende Gelände, Alemanha)
– Juliano (350.org Brasil)
Art Space (espaço livre artivista em paralelo)
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