O Climáximo invadiu a sede da EDP em Lisboa, em busca do verdadeiro Ministro da Energia, António Mexia, para exigir ao mesmo e aos accionistas desta empresa que encerrem as centrais a carvão de Sines e de Aboño, as maiores emissoras de emissões de gases com efeito de estufa de Portugal e de Espanha, e que treinem os trabalhadores destas centrais para a transição para uma economia só com energias renováveis.
Esta empresa privada controla há décadas todas as políticas públicas, domina todo o sistema eléctrico com o favor ininterrupto de todos os governos, escreve as leis que governam o país, manobra as rendas para viver à conta do dinheiro de todos e é a principal responsável por emissões de gases com efeito de estufa em Portugal.
Os activistas estiveram esta tarde dentro das instalações daquele que é o Ministério – de facto – da Energia, no Cais do Sodré, procurando o senhor que manda na energia em Portugal, que há anos saltou do governo para a EDP mas nunca abandonou o poder e hoje manda mais que nunca, promovendo activamente o colapso climático.
Enfrentamos os verdadeiros Donos da Energia em Portugal, exigimos o encerramento da central a carvão em Sines e o encerramento da central a carvão de Aboño, em Espanha. Exigimos que a EDP dê formação profissional nas energias renováveis aos trabalhadores e trabalhadoras das suas termoeléctricas em Sines, em Aboño, e também das centrais de Lares e do Ribatejo.
Tanto a EDP como os seus porta-vozes não oficiais, João Pedro Matos Fernandes e João Galamba, escondem-se em mentiras para prolongar cada vez mais o funcionamento das centrais a combustíveis fósseis e das rendas garantidas à EDP. Fechar estas centrais não vai deixar nenhuma parte do país às escuras e, enquanto se mantiverem em funcionamento, as alternativas energéticas ficam paradas. É possível fechar Sines muito rapidamente, a central já devia ter fechado em 2017 mas continua a bater recordes de emissões todos os anos e é responsável por mais de 10% das emissões de todo o país. É possível preparar os trabalhadores que hoje aí trabalham para um emprego nas energias renováveis, preparando o seu futuro e o futuro de todos nós.
Precisamos cortar 50% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e isso significa fechar as grandes centrais emissoras e transformar a energia num direito público com uma produção e distribuição eficiente, com base em fontes descentralizadas e democratizadas.
Durante a semana internacional de rebelião Extinction Rebellion o Climáximo reafirma: estamos aqui para ganhar e isso significa enfrentar directamente os responsáveis pela crise climática, as empresas do capitalismo extractivista como a EDP, a GALP ou a SEMAPA. Isto implica também expor a realidade: estas empresas mandam totalmente nos ministérios, escrevem as leis, dão as ordens, nomeiam e retiram secretários de Estado e Ministros, têm os seus funcionários e assessores sentados dentro dos gabinetes, usurpam a democracia e precipitam o colapso climático. Não contarão mais com inacção da nossa parte. Estamos aqui para vencer, pela civilização e pela Humanidade.