A Semana Internacional de Rebelião em Portugal contou com 10 acções directas não-violentas que abordaram sete temas (energia, transportes, alimentação, decisões políticas, moda, plástico e resíduos, e greenwashing), sempre com foco nas nossas três reivindicações: 1) Que os governos digam a verdade sobre a crise ecológica; 2) Redução drástica das emissões de gases de efeito de estufa através de uma mobilização massiva de emergência climática e uma transição justa; e 3) Democracia participativa.
A semana começou no dia 15 de Abril, de manhã, quando activistas montaram uma rede de plástico à porta da Nestlé no ACTO 1: Nestlé, O Que Fazer com Todo o Teu Plástico? .
Logo na tarde do mesmo dia, no ACTO 2: Activistas denunciam cimeira que une empresas petrolíferas e o governo português , activistas trouxeram a rebelião às portas do evento “European Climate Summit”, pois esta é a casa de mais uma operação de greenwashing. Este acto consistiu em três cenas: uma concentração à frente do evento, um performance que representa o sangue das futuras gerações que as empresas e os governos têm nas suas mãos, e finalmente uma intervenção dentro da cimeira em que activistas denunciaram a cumplicidade do Ministro do Ambiente.
Terça-feira começou com uma interrupção da emissão da CMTV. No ACTO 3: ALERTA CLIMA: Emissão alternativa em directo na CMTV, activistas invadiram a emissão em directo da CMTV, para denunciar o silêncio cúmplice e a conivência de grande parte da imprensa em Portugal e no Mundo em relação à emergência climática em que vivemos.
Ainda na terça-feira, no ACTO 4: A indústria da moda mata! vários activistas entraram na H&M e celebraram o casamento entre a poluição e fast-fashion. As e os activistas alertaram: A indústria da moda é a segunda maior indústria poluente do mundo. Ela assenta, sobretudo, na fast-fashion, o que origina uma exploração sem precedentes dos recursos naturais e a criação de empregos com condições de escravatura.
Na madrugada da quarta-feira ocorreu um embate frontal entre um avião de papel das forças da Rebelião de Extinção e um símbolo do Partido Socialista, que repousava num cartaz de propaganda eleitoral em plena Praça de Espanha, Lisboa. ACTO 5: Partido Socialista – “Mais aviões, mais poluição e mortes certas” denunciou o projecto de novo aeroporto no Montijo, que foi assinado pelo número um do PS nas eleições europeias.
Na quinta-feira, no ACTO 6: Activistas protestam em frente ao Ministério da Agricultura sobre Acordos Contratuais com a China, activistas simularam o Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural de Portugal, Luís Capoulas Santos a receber do Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, um cheque com aquilo que o nosso país terá que pagar com os seus recursos naturais, impactos ambientais e sociais para a produção de animais para consumo humano.
Entretanto, no Porto, ACTO 7: No 50º aniversário da refinaria da Galp em Matosinhos, as energias renováveis apareceram na festa exigindo transição energética justa contou com um bloqueio festivo da refinaria da Galp em Matosinhos para celebrar o 50º aniversário da mesma e exigir uma reforma antecipada para ela.
Ainda na quinta-feira, no ACTO 8: Activistas invadem a EDP, activistas entraram na sede da EDP em busca do verdadeiro Ministro da Energia, António Mexia, para exigir ao mesmo e aos accionistas desta empresa que encerrem as centrais a carvão de Sines e de Aboño, as maiores emissoras de emissões de gases com efeito de estufa de Portugal e de Espanha, e que treinem os trabalhadores destas centrais para a transição para uma economia só com energias renováveis.
No Sábado, houve uma concentração pacífica e performativa no Porto, ACTO 9: Morrer ou Viver, em que activistas “morreram” em frente ao Shopping Via Catarina para sensibilizar as pessoas para a necessidade da declaração de emergência climática, para a necessidade da regeneração da nossa cultura do business as usual, do consumo excessivo e o impacto das nossas escolhas diárias, do colapso civilizacional em que nos encontramos e a urgência de acção por parte dos governos.
A semana acaba quando as e os activistas quiserem! 🙂 Na segunda-feira, dia 22 de Abril, um grupo de activistas realizou o último acto, ACTO 10: Mais aviões? Só a brincar!, em que activistas bombardearam o primeiro-ministro com aviões de papel e exigem que diga a verdade sobre os impactos do aumento do tráfego aéreo, denunciando mais uma vez o projecto do novo aeroporto no Montijo.
Até agora, foi assim a Semana de Rebelião em Portugal.
O tempo acabou. Rebelião ou extinção!
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