Activistas do Climáximo, vestidos de “prospectores” de um gigante de carvão alemão, a RWE, fizeram hoje uma acção dentro da sede da seguradora Allianz, em Lisboa. A Allianz é uma das maiores seguradoras do mundo e continua a garantir com os seus seguros e com o seu investimento directo, a actividade catastrófica que é a prospecção e a produção de carvão e outros fósseis. É urgente que estas empresas deixem de alimentar o caos climático.
Activistas do colectivo pela justiça climática Climáximo entraram hoje na sede da Allianz em Lisboa vestidos de prospectores da RWE para fazer prospecção dentro das instalações da empresa. A RWE e outras empresas dos sectores fósseis e energéticos, como a GALP ou a EDP, são mantidas pelo sector financeiro e pelas seguradoras, que continuam a suster e a incentivar a expansão da base de produção de mais combustíveis fósseis, apesar da necessidade absoluta de cortar as emissões globais de gases com efeito de estufa em 50% até 2030. Com o seu apoio, o sector financeiro e segurador não só não travam as emissões, como permitem o seu aumento suicida.
A RWE é uma empresa alemã que opera no mercado de carvão global (também trabalhando com outros fósseis) e subsiste com o apoio político, fiscal e financeiro do governo alemão e das empresas que financiam e seguram a sua actividade. O Climáximo já participou nas acções contra as minas alemãs da RWE na Renânia, bloqueando as minas durante vários dias. A manutenção do negócio da RWE garante o colapso climático e é e negação daquilo que nos diz a melhor ciência climática.
A Allianz declarou em 2018 que iria deixar de segurar a actividade de exploração carbonífera, por preocupações com as alterações climáticas, mas no entanto, continua a segurar em milhões de euros as actividades do carvão, em particular da RWE na Europa e fora dela. Não só estão a segurar estas empresas como inclusivamente estão a financiá-las. A Allianz investiu directamente 46 milhões de euros na RWE, desde 2016 (pós-Acordo de Paris).
Numa declaração pública, a Allianz comprometeu-se a deixar de assegurar a indústria fóssil por causa das alterações climáticas, mas o problema é que só garante que acabará com os seguros em 2040, fora do prazo necessário para travar o colapso climático. É só mais um ciclo de greenwashing em que o sistema bancário, financeiro e segurador evita que a economia mundial capitalista faça com o sistema climático entre em descontrolo total.
Os activistas do Climáximo instalaram dentro da sede um estaleiro de prospecção, levando directamente à empresa o problema que a mesma financia, para expor publicamente a hipocrisia e irresponsabilidade criminosa desta gigante seguradora que opera em Portugal, não informando os seus clientes que utiliza o seu dinheiro para financiar o colapso do clima.