O colectivo pela justiça climática Climáximo realizou hoje uma acção na agência do Bank of China em Lisboa. Este banco é um dos maiores financiadores da indústria do carvão, contribuindo assim para o agravamento da crise climática.
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Um grupo de activistas do Climáximo entraram hoje na agência do Bank of China junto ao Marquês de Pombal e deixaram uma faixa com as palavras “Carvão = Extinção”, que ficou a pairar junto ao teto, suportada por balões de hélio. A acção teve como objectivo chamar a atenção para o papel deste banco no financiamento da indústria do carvão e outros combustíveis fósseis.
A acção fez parte do Fracasso Económico Mundial, a segunda onda de mobilização internacional da plataforma By 2020 We Rise Up, a decorrer entre 13 e 26 deste mês, que incide sobre o papel das instituições financeiras no aprofundamento da crise climática, através dos seus investimentos na indústria dos combustíveis fósseis.
Apesar de 1250 governos locais e 25 países terem declarado emergência climática, as emissões de gases com efeito de estufa aumentaram 1,3% em 2019. Isto só é possível graças ao investimento de quantidades astronómicas de dinheiro na indústria dos combustíveis fósseis: só nos três anos que se seguiram à celebração do acordo de Paris em 2016, os bancos investiram 1,9 biliões de dólares ($1.900.000.000.000) nesta indústria.
Entre 2016 e 2018, o Bank of China investiu 16.000 milhões de dólares em geração de energia a partir de carvão, mais do que qualquer outro banco, tendo investindo ainda 9.000 milhões de dólares em mineração de carvão, superado apenas pelo China Construction Bank. Este investimento faz parte de um total de 55.500 milhões de dólares em combustíveis fósseis no mesmo período.
São estes milhões que alimentam os incêndios catastróficos em Portugal e na Austrália e fazem engrossar a chuva que submerge Jacarta. Quem controla o dinheiro, controla o rumo da humanidade, e quem investe em carvão empurra-nos para o colapso climático e a extinção.