No âmbito da campanha Gás é Andar para Trás e da quinzena de acção Fracasso Económico Mundial, activistas do colectivo pela justiça climática Climáximo visitaram o balcão do Santander no Saldanha, Lisboa, para expor o investimento deste banco na indústria de combustíveis fósseis, em particular em gás fóssil.
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Desde o Acordo de Paris, o Banco Santander já financiou mais de $15 mil milhões em combustíveis fósseis. Para além do investimento em carvão e petróleo, o Santander toma um papel activo na manutenção e expansão da exploração de gás por fracking, da exploração de gás no Ártico e da importação e exportação de Gás “Natural” Liquefeito. Assim, o Banco Santander é activamente responsável pela emissão desmesurada de gás para a atmosfera, em particular de gás dito “natural”, cuja constituição é 90% metano.
A retórica falsa, propagandeada em publicidade empresarial, discursos institucionais e políticos, de que o gás fóssil é caracteristicamente “natural”, contribui para a conceção errada do gás como uma alternativa ao petróleo e carvão. Investir em gás fóssil é investir directamente no caos climático, injustiça social e destruição dos ecossistemas.
Por isto, hoje à tarde, activistas do Climáximo entraram no balcão do Santander para simular a forma como o banco joga com as vidas das pessoas, jogando com balões de gás. Os activistas foram convidadas a sair. Os balões ficaram dentro do banco e representam a bolha (de gás) em que o banco está a investir.
A acção fez parte do Fracasso Económico Mundial, a segunda onda de mobilização internacional da campanha By 2020 We Rise Up, a decorrer entre 13 e 26 deste mês, que incide sobre o papel das instituições financeiras no aprofundamento da crise climática, através dos seus investimentos na indústria dos combustíveis fósseis.
Desde o acordo de Paris o financiamento de combustíveis fósseis aumentou. Urge parar o financiamento da crise climática pela indústria financeira. É necessário travar todas as linhas de crédito e empréstimos para projectos e empresas que contribuem para o colapso climático e crises sociais. Só assim será possível manter o aumento da temperatura média terrestre abaixo de 1.5ºC face a valores pré-industriais.
Continuaremos a expor e a lutar contra os sistemas extractivos que colocam o lucro acima da vida, da segurança e da dignidade. Defendemos uma transição justa para alternativas à energia hoje proveniente do gás fóssil, que sejam limpas e sustentáveis, e denunciamos a narrativa falsa e perigosa que pinta o gás como solução de transição.