A Galp é o actor principal baseado em Portugal na destruição do planeta e na crise climática.
A actual emergência de saúde causada pelo Covid-19 abalou já os mercados financeiros de forma dramática. Uma das consequências foi a queda a pique dos preços do petróleo e (embora de forma menos vincada) do gás dito “natural”. Esta queda inicial foi ainda mais agravada pela disputa por mercados entre a Rússia e Arábia Saudita, que levou à maior quebra no preço do crude desde 1991 e a primeira invasão norte-americana do Iraque.
Entre os maiores prejudicados, a nível económico, contam-se as empresas petrolíferas, onde a Galp se inclui. Nos EUA, segundo o Washington Post, a administração Trump está já a considerar medidas de apoio às empresas de gás e petróleo. Uma vez que a maior parte do aumento da produção na última década nesse país veio do gás e petróleo de xisto, estas necessitam de preços muito mais elevados do que sucede com os países produtores da OPEC.
Recentemente, a Galp anunciou que pretende duplicar a sua produção de gás e petróleo na próxima década, baseando-se para isso nos seus activos no Brasil, Angola e Moçambique. Afirmou ainda que o seu preço de “break even” era de 25 dólares por barril. Mas isso não impediu que entre 19 de Fevereiro e 10 de Março o valor das suas acções, cotadas na bolsa de valores em Lisboa, caísse cerca de 35%.
Se a crise económica se prolongar, como parece provável, e o preço do petróleo não subir rapidamente, a Galp vai ter de, mais tarde ou mais cedo, pedir ajuda ao Governo português. Isso significa que o dinheiro dos contribuintes vai ter de ser (mais uma vez) desviado de hospitais, escolas, bibliotecas e universidades para “salvar” a maior empresa portuguesa (e os seus accionistas) – cuja maioria dos lucros dependem da destruição continuada do planeta e das comunidades mais vulneráveis!
A única alternativa viável e racional passa por uma nacionalização imediata da Galp e pela profunda reestruturação do seu modelo de negócio. Passa por esta dedicar-se exclusivamente a energia limpa e renovável, empoderando as comunidades locais e pondo as pessoas e o planeta à frente do lucro!
A crise do Covid-19 pode estar resolvida em poucos meses. A crise climática não vai estar e já é responsável pela morte de milhões de pessoas todos os anos!
Por tudo isto, a Galp tem de cair! Junta-te a nós no dia 24 de Abril, sexta-feira, de manhã, nas Torres de Lisboa, na sede da Galp. Vamos contestar a Assembleia Geral Anual dos Accionistas 2020!