Climáximo divulga novas medidas de estado de emergência climática

Há um ano que assumimos, de forma explícita e consciente, a mudança sistémica como a nossa missão social e política, declarando dentro do Climáximo um estado de emergência climática e lançando um processo profundo de reestruturação interna.

Hoje, admitimos que não estamos mais perto de alcançar justiça climática e social, apesar dos prazos ditados pela ciência climática estarem mais apertados do que nunca. Recusamo-nos a procurar desculpas na desmobilização social e na paralisação do movimento no contexto da crise de saúde pública: a nossa tarefa é vencer, e não vencer significa o colapso civilizacional, para além de um incumprimento organizacional nosso.

Estamos cientes de que a nossa casa está mais perto das cinzas.

Hoje, precisamos mais do que nunca de um movimento forte e comprometido na luta por justiça climática, um movimento que muito provavelmente ultrapassa a nossa imaginação actual. É preciso reinventarmo-nos regularmente, sistematicamente e deliberadamente.

Por isso, hoje anunciamos novas medidas internas no âmbito do estado de emergência climática dentro do Climáximo.

1) Aumentar o nosso compromisso a nível internacional, com o lançamento do Acordo de Glasgow, e garantir uma articulação entre as nossas ambições nacionais e internacionais via a agenda climática do mesmo.

2) Construir resiliência política nos próximos tempos, criando infraestruturas organizativas a serviço de todo o movimento por justiça climática. Isto passa por apoio legal, assuntos financeiros, segurança digital do activismo, formação política e formação dos formadores de acção.

3) Construir um movimento e um colectivo várias vezes maior que hoje daqui a um ano. Para isso, entraremos num período intensivo de integração, capacitação, formação e delegação tanto dentro do Climáximo, como no espaço público. Crescer implica também um aumento de visibilidade e de disponibilidade para informar e envolver novas pessoas no colectivo. Nesse sentido, vamos construir um plano de recrutamento que nos guie.

4) Responder às complexidades das várias injustiças e crises duma forma integrada e coerente, reconhecendo que o novo contexto social e político reforça o desafio e abre a possibilidade de o fazer. Neste sentido, comprometemo-nos a fazer um esforço activo e estruturado para estabelecer alianças fortes com colectivos ligados às várias lutas anti-capitalistas.

5) Reforçar o nosso compromisso de contrariar e desmantelar dentro do nosso colectivo as dinâmicas socioculturais de hierarquia de poder e privilégio.

Hoje, realismo significa uma imaginação alimentada pelo horror de perdermos tudo. A tarefa à nossa frente talvez não seja maior do que antes, mas a urgência de cumpri-la é cada vez mais alarmante.

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