Em Portugal e na restante União Europeia, os mais ricos são responsáveis por uma porção desproporcional de emissões de GEE
Os desequilíbrios são latentes, com as reduções de emissões de gases de efeito de estufa verificadas na União Europeia desde 1990 a provir de uma queda nas emissões entre os cidadãos europeus com rendimentos médios e baixos, enquanto as emissões dos 10% mais ricos cresceram. A metade mais pobre dos europeus reduziu as suas emissões em 24%, e os cidadãos com rendimentos intermédios tiveram uma uma redução de 13%. No total, os 10% dos cidadãos mais ricos foram responsáveis por mais de 27% das emissões – o mesmo que a totalidade da metade mais pobre da população da UE. Já em 2015 em Portugal, os 5% mais ricos foram responsáveis por cerca de 20% das emissões, e os 5% mais pobres por 0,6% destas, ou seja, os mais ricos têm uma pegada carbónica cerca de 33 vezes superior aos mais pobres.
BP reforça investimento em combustíveis fósseis no médio oriente.
A BP, que já foi conhecida por “Beyond Petroleum”, anunciou que vai investir fortemente em petróleo e gás do Médio Oriente. A empresa vai assim em colisão flagrante com aquilo que defende discursivamente em termos de transição energética. Estima-se que em 2018 64,5% de todo o petróleo de OPEC (Organização dos Países Produtores de Petróleo) tenha vindo do médio oriente, e que 73% do total das reservas petrolíferas do mundo estejam situadas nesta zona do mundo.
Protestos continuam em França contra novas regras aplicáveis à polícia.
O pacote de leis do executivo Macron que prevê restringir protestos, reforçar liberdades da polícia, e reforçar o controlo sobre cidadãos muçulmanos continua a gerar contestação acesa. Face à intensidade dos protestos das ultimas semanas, a parte do projeto que proíbiria a publicação de filmagens sobre polícias foi largada, mas o resto das medidas estão previstas manter-se. As colisões entre polícias e manifestantes contaram com destruição material, o uso de gás lacrimogéneo e a detenção de 42 pessoas.
Este mês de Novembro foi o com temperaturas mais altas de que há registo
O mês de novembro de 2020 foi o mais quente jamais registado no mundo nesta época do ano, ultrapassando em 0,13°C o anterior recorde estabelecido em 2016, ficando 0,77°C acima da temperatura média para o período 1981-2010. O período de doze meses entre dezembro de 2019 e novembro de 2020 está 1,28°C acima das temperaturas pré-industriais e os anos de 2015 a 2020 foram os seis mais quentes de que há registo.
A China aposta em projetos de geoengenharia, revelando planos para expandir drasticamente um programa experimental que visa modificar o tempo, que vai cobrir uma área de mais de 5,5 milhões de quilómetros quadrados – mais do que 1,5 vezes o tamanho da Índia. Assim, nos próximos cinco anos, esta área será coberta por chuva artificial ou queda de neve, enquanto mais de 580.000 km2 serão cobertos por tecnologias de supressão de granizo. A China tem investido fortemente neste tipo de tecnologia: entre 2012 e 2017 gastou mais de 1,34 mil milhões de dólares em vários programas de modificação do clima.
A Dinamarca deixará de extrair petróleo e gás no mar do norte, em 30 anos
A Dinamarca anunciou uma muito necessária cessação da exploração de combustíveis fósseis no território. Mas ao invés de o fazer imediatamente, vai esperar 30 anos para o fazer. Por agora ficam impedidos novos projetos, mas as operações atuais continuam em funcionamento. A Dinamarca é o maior produtor de petróleo e gás da União Europeia, contando com 55 plataformas no Mar do Norte. A Dinamarca explora estes combustíveis fósseis desde 1972, tendo produzido em 2019 o equivalente a 103.000 barris de petróleo e gás por dia.
Com uma disputa que remota a 2013, a Autoridade Tributária decidiu primeiramente tributar, em sede de IMI, as empresas produtoras de energia eólica. Entendendo que uma torre eólica ou um conjunto de torres eólicas, faziam parte de uma unidade funcionalmente independente, pelo que constituíam um prédio susceptível de pagamento de Imposto Municipal sobre Imóveis. Mas dada que a batalha judicial ditou a vitória das empresas eólicas, o governo vira-se agora para as comunidades locais detentoras dos baldios que foram arrendados às empresas, forçando-as a pagar o IMI. Assim, concretiza-se uma injusta contra zonas altamente desfavorecidas economicamente.