Programa do 6º Encontro Nacional pela Justiça Climática

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Sexta-feira, 12 de Março

18:00 – Sessão de Abertura: Sim, Cortar Emissões! Mas Onde? – Lançamento do Inventário Nacional de Emissões do Acordo de Glasgow

(Climáximo, Greve Climática Estudantil)

Quais as infraestruturas em Portugal que mais emitem? Onde se localizam? A que empresas pertencem?

Nas ruas ecoamos o que os cientistas anunciam: é necessário cortar 50% das emissões globais de gases com efeito estufa, até 2030. Para tal ser alcançável são necessárias alterações radicais em diversos setores e nenhum novo projeto ou infraestrutura de combustíveis fósseis poderá ser desenvolvido.

O movimento pela justiça climática precisa de ferramentas novas e fortalecidas para reverter a narrativa global da impotência institucional e tomar nas suas próprias mãos a necessidade de cortar coletivamente as emissões de gases com efeito estufa, dentro de um quadro claro de justiça climática.

Assim, no âmbito do Acordo de Glasgow, o Climáximo e a Greve Climática Estudantil produziram um novo inventário das emissões nacionais. Neste poderás descobrir quais os setores e quais as infraestruturas que mais emitem gases com efeito estufa em Portugal e que futuros projetos devem ser travados para nos mantermos abaixo dos 1,5ºC de aquecimento global. Vem conhecê-lo!


Sábado, 13 de Março

10:00 – Plenário Inicial

Nos tempos tumultuosos por que passamos, navegando crises sociais e económicas acentuadas pela crise sanitária, e sob a sombra sempre presente e sempre crescente do caos climático, procuramos varrer a bruma e encontrar de novo o caminho certo para ganhar.
No 6º Encontro Nacional pela Justiça Climática queremos criar um espaço para partilhar experiências, estabelecer pontes e construir estratégias em comum, que nos permitam lutar contra o colapso que se torna mais inevitável a cada dia que passa. Conhece aqui o programa do dia e as organizações envolvidas!
 

11:00 – Sessões paralelas #1

A Educação Ambiental e as Artes Como Contributos Para a Ação Climática

(AmbientalIST, ASPEA)

A educação ambiental e as artes têm assumido um papel relevante na sensibilização e consciencialização para as problemáticas ambientais e na construção de uma cidadania global, através da mobilização e ação direta da sociedade civil e das populações para a justiça climática e social. Várias metodologias didático-pedagógicas e formas de criação artística contemporânea têm sido palco experimental para induzir a transformação da sociedade pelos valores e ativismo em meios urbanos, explorando os desafios atuais na arquitetura de uma resposta ampla e direta à emergência climática. As artes, pela sua acessibilidade, universalidade e liberdade, são o veículo ideal para a transmissão de ideias e alertar consciências, bem como para o fortalecimento de redes e parcerias para a sustentabilidade.

Deste modo, a educação e as artes devem aliar o seu caráter pedagógico e sensibilizador à capacidade de gerar mobilização e intervenção das organizações e movimentos da sociedade civil e cidadãos na catalisação para uma verdadeira e célere mudança de paradigma climático e social de dimensão local-global. Nesta sessão procuramos explorar casos de estudo e metodologias desenvolvidas pela educação ambiental para a sustentabilidade e as artes como contributos na ação pela justiça climática e social.  

Lei de Bases do Clima

(Sciaena)

Na altura em que existem 8 propostas de Lei de Bases do Clima em discussão na Assembleia da República, importa perceber o que abordam estes projetos e que ambições deverão constar numa lei de bases do clima nacional. Esta lei, que definirá as linhas centrais de políticas climáticas em Portugal, chega tarde, mais de um ano depois da declaração de emergência climática no parlamento, mas esta fase é fundamental para perceber como e em que momentos podem os cidadãos participar no processo.

Conhecemos já os pontos críticos de não retorno, sabemos o que é necessário fazer, como o fazer, conhecemos as metas que devem ser inscritas na legislação, resta saber como se comportarão os nossos governantes e que portas abrirão para um efetivo combate e mitigação dos efeitos das alterações climáticas. Urge integrar a evidência científica na tomada de decisão e desenvolver planos setoriais que promovam uma transição ecológica célere, inclusiva e justa. Como impedir a degradação dos recursos naturais e torná-los aliados na luta contra a crise climática? A Lei de Bases do Clima irá determinar as linhas orientadoras da ação nas próximas décadas e o momento para a conhecer e melhorar é agora.

Pobreza Energética, Habitação e Desigualdade

(AmbientalIST, ClimAção Centro, Coopérnico, Habita)

A questão da Pobreza Energética constitui, hoje, um tema central associado à ausência de bem estar e desigualdade das famílias, quer a nível nacional, quer de forma mais alargada no planeta. Esta situação não está desligada das Alterações Climáticas, da Transição Energética, do direito a uma Habitação condigna para todos ou de um Urbanismo e Arquiteturas mais preocupados com as pessoas. Trata-se de um tema com reflexos na própria Saúde da população, uma vez que as condições de vida (salubridade) propiciam o desenvolvimento de doenças do foro respiratório e reumatológico, em particular.


12:30 – Pausa


14:00 – Sessões Paralelas #2

Agropecuária: Água, Soberania Alimentar e Justiça Social

(PATAV)

A produção alimentar deve obedecer a princípios de sustentabilidade permitindo satisfazer as gerações atuais e futuras, com qualidade e segurança, preservando em simultâneo os ecossistemas, a dignidade dos animais não-humanos e o alimento central que é a água. É urgente minimizar o passivo ambiental gerado na produção de alimentos, apostando na proteção das águas, solos e ar, assim como no encurtamento das distâncias entre os locais de produção e consumo.

Neste painel, a PATAV convida todos a refletirem sobre formas de alimentação mais conscientes, mais saudáveis e mais humanas.

Cortar Emissões Dá Muito Trabalho.

(Empregos para o Clima)

Temos de cortar as emissões de gases com efeito de estufa em Portugal, rapidamente e drasticamente. Como é que se faz isso? Vamos entrar numa austeridade ecológica? Vamos voltar para a idade de pedra? Nada disso. Precisamos de fazer as coisas de uma forma diferente. Precisamos de fazer mudanças estruturais na nossa sociedade. E fazer isso vai dar muito trabalho. Serão necessárias muitas pessoas a trabalhar para construirmos uma nova civilização compatível com as metas climáticas. O novo relatório da campanha Empregos para o Clima visa mostrar o caminho para uma transição justa.

Nesta sessão, vamos focar-nos em alguns setores-chave do clima. Como seria um setor energético com zero emissões? Que modelo de transporte e mobilidade pode atingir emissões zero? Que produção agropecuária pode ajudar-nos a travar o caos climático? O que vamos fazer com tantos resíduos?

Várias pessoas que contribuíram para o novo relatório da campanha vão apresentar, não só uma visão social, mas também discutir o que é preciso fazer agora para cortar emissões, e que impacto isso poderá ter no emprego e na sociedade.

Feminismo e Justiça Climática

(A Coletiva, Climáximo)

A destruição ecológica, as catástrofes climáticas e o paradigma que nos levou à beira do colapso civilizacional, constituem uma ameaça direta à nossa vida. Não só a manutenção da vida através do trabalho dos cuidados tem sido assegurada, maioritariamente, pelas mulheres de todo o mundo, como estudos indicam que estas serão as mais afetadas pela crise climática, especialmente nos países do Sul Global.

Nesta sessão organizada pela A Coletiva e pelo Climáximo, contaremos com a presença de investigadoras e ativistas feministas e por justiça climática para falarmos sobre o impacto da crise climática na vida das mulheres e para nos debruçarmos sobre as duas crises prementes na nossa sociedade – a dos cuidados e a climática. Iremos abordar as reivindicações comuns entre o movimento feminista e o movimento por justiça climática para, em conjunto, iniciarmos o debate na nossa sociedade sobre como nos podemos unir através do ativismo para construir uma sociedade justa e sustentável, que ponha a vida no centro.


15:30 – Pausa


16:00 – Sessões Paralelas #3

Eco-Ansiedade e Psicologia Climática

(Greve Climática Estudantil, EcoPsi)

Sejamos jovens ativistas ou não, a verdade é que todes temos de lidar com a ideia de um futuro ameaçado pela crise climática, e todas as reações emocionais que isso provoca (tristeza, culpa, raiva, impotência, desesperança).

Nesta sessão, organizada pela Greve Climática Estudantil e pelo EcoPsi, falaremos brevemente sobre conceitos como: justiça climática interligada com a questão de saúde mental, eco-ansiedade, ativismo saudável, promoção de bem-estar e prevenção de burnout, autocuidado, luto ambiental, tipos de negação/negacionismo, formas de comunicar/sensibilizar as pessoas sobre as mudanças climáticas que suscitem menor resistência e a importância de criarmos espaços de partilha de afetos sobre o tema.

Gás Fóssil e CO2lonialismo em Moçambique

(Gás É Andar Para Trás)

Nos últimos anos a região norte de Moçambique tem sido assolada por vários crimes sociais, climáticos e ecológicos. Não são situações pontuais, são problemas contínuos que se adensaram a partir do momento em que a prospeção e exploração de gás em Cabo Delgado, passou a ser uma realidade. A dívida contraída pelo governo Moçambicano para comprar navios, contratos celebrados com traficantes de armas (Iskandar Safa), habitantes expropriados de terras e outros impossibilitados de continuar a sua profissão – a pesca, o exército Moçambicano a proteger projetos de gás, de multinacionais e a deixar a população indefesa, são inúmeros os problemas recentes que se juntaram aos problemas estruturais que já lá existiam. Os projetos extrativistas de empresas multinacionais em Moçambique são apenas a continuação do colonialismo. São o reflexo de um sistema capitalista que põe o lucro à frente de tudo. São o reflexo de um sistema em que vale tudo.

No meio deste “vale tudo”, propagar a narrativa falsa e mentirosa de que o gás fóssil é um combustível de transição e menos poluente, parece nem ser nada de grave. Mas é, sabemos que o gás fóssil é tão ou mais poluente como carvão ou o petróleo e por isso não podemos investir em novos projetos de gás fóssil, em lado nenhum do planeta. Vem ouvir testemunhos sobre o que se passa em Moçambique e sobre os impactos do gás fóssil, nomeadamente o que é transportado pela via marítima e os seus impactos no clima e nas populações locais. Teremos connosco ativistas dos Gastivists e de Moçambique, da organização “Justiça Ambiental”.

Uma Transição Rápida e Justa na Aviação

(ATERRA)

A pandemia de Covid-19 paralisou o tráfego aéreo quase por completo. Perante o colapso climático iminente, a automação, a digitalização, e o elevado risco de futuras pandemias, temos de ser realistas: a aviação e o turismo vão mudar – e vão fazê-lo, seja através de um plano deliberado ou na sequência de um colapso desastroso.

Nesta sessão, vamos apresentar o documento de discussão “Uma Transição Rápida e Justa na Aviação: Mudança para uma mobilidade climaticamente justa”, elaborado pela rede internacional Stay Grounded, que propõe uma visão e princípios para uma Transição Justa que garanta a segurança a longo-prazo para os trabalhadores e as comunidades afetadas, sem voltarmos ao business as usual pré-Covid-19.


17:30 – Plenário Final

Não conseguiste estar em todas as sessões que querias? Conhece aqui o resumo do 6º Encontro Nacional pela Justiça Climática e as conclusões a que chegámos no âmbito das discussões e partilhas realizadas ao longo do dia!

 

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