A nossa casa está a arder.
Não há tempo para esperar para cortarmos as emissões drasticamente, ou em poucos anos entraremos num caos climático irreversível.
Estamos a sufocar.
Aviação em chamas
No último ano, o setor da aviação civil pelo mundo inteiro não só colapsou, como garantiu que sejam os trabalhadores a sofrer com este colapso, e não os accionistas e os atores financeiros.
A nacionalização da TAP deveria ter servido para resgatar os trabalhadores. Em vez disso, a reestruturação da empresa veio fragilizar a sua vida, roubando os seus direitos e os seus rendimentos. O governo devia agarrar esta oportunidade para estabelecer um plano de redução da aviação, garantindo rendimento, emprego e formação profissional na economia verde para os trabalhadores e responsabilizando os acionistas nesta transição. Este plano podia incluir ainda não só a TAP, mas também a Groundforce e todos os trabalhadores dos aeroportos e companhias aéreas.
Ao mesmo tempo, o governo desempenhou um papel proactivo na destruição climática quando se apressou para mudar a lei para conseguir avançar com o novo aeroporto no Montijo, com o apoio da direita parlamentar.
No dia 19 de Abril, dia de aniversário do Partido Socialista, às 19h00, vamos estar no Largo do Rato, à frente da sede do partido.
As crises climática e social não “acontecem”. São criadas pelo sistema sócio-económico. Na corrida ao lucro, as empresas queimam o planeta e as vidas das pessoas. E os governos são a garantia da manutenção desta corrida, deitando mais lenha para fogueira quando é necessário.
Esta manifestação é o início de uma série de ações que vão culminar para uma ação de desobediência civil em massa no dia 22 de Maio no Aeroporto de Lisboa.
Visão: Um decrescimento rápido da aviação
Por uma mobilidade justa e sustentável, precisamos de um plano social de redução faseada e rápida da aviação.
Isto inclui o cancelamento dos projetos de expansão aeroportuária.
Nós somos o risco de investimento do novo aeroporto no Montijo ou Alcochete.
Nós somos o risco de investimento da expansão do aeroporto de Portela.
Documento de discussão para definir as reivindicações deste pilar: Decrescimento da Aviação: Reduzir as viagens aéreas de forma justa – Stay Grounded
Princípio: Transição justa
Uma transição justa deve garantir uma vida melhor do que antes para os trabalhadores e as trabalhadoras da aviação. São estas as pessoas que tornaram possível ver as nossas famílias que vivem em outros países. São estas as pessoas que asseguraram o fornecimento dos bens ao longo destes anos. Agora, precisamos de uma mobilidade diferente. Mas, mesmo com uma redução drástica na aviação até quase zero, serão estas as pessoas que vão garantir a entrega rápida dos bens essenciais para as outras partes do mundo logo depois dos eventos meteorológicos extremos que a crise climática irá inevitavelmente provocar.
Ao longo desta transição, é preciso assegurar os direitos laborais, a qualidade de vida e os rendimentos dos trabalhadores e das trabalhadoras. A transição deve garantir a formação profissional nos empregos para o clima para todas as pessoas que trabalham no setor da aviação, inclusive as subcontratadas e as precárias. No fim da transição, todas devem ter garantia de empregos dignos, bem como prioridade a novos postos de trabalho na mobilidade sustentável. E tudo isto envolve um plano desenhado por um processo democrático e participativo.
Documento de discussão para definir as reivindicações deste pilar: Uma Transição Rápida e Justa na Aviação: Mudança para uma mobilidade climaticamente justa – Stay Grounded
Plano: Mais ferrovia
Cada euro que vai para a construção do novo aeroporto ou para resgatar os empréstimos financeiros da TAP é um euro roubado à transição justa. Cada euro investido na volta à normalidade é um euro alocado no caos climático.
Para tornarmos obsoletas as viagens aéreas dentro da Península Ibérica, é preciso construir um novo sistema de transportes público e acessível que aposte na ferrovia e que crie milhares de novos postos de trabalho em todas as regiões do país.
Documento de discussão para definir as reivindicações deste pilar: a medida “Mais Ferrovia” da campanha Empregos para o Clima
No dia 19 de Abril, junta-te a nós no Largo do Rato na Manifestação Em Chamas.
Mais informações sobre o nosso plano de escalamento: https://em-chamas.pt