Despedimento colectivo na Refinaria da Galp em Matosinhos motiva protesto do colectivo activista Climáximo, em solidariedade com trabalhadores e reivindicando uma transição justa.
Lisboa, 15/09/2021
A sede da Galp em Lisboa foi hoje palco de uma invasão pacífica em que o Climáximo encenou uma “ode ao lucro”, fazendo-se passar por investidores da petrolífera portuguesa, enquanto no exterior outros reivindicavam uma transição justa feita através de “empregos dignos, públicos e verdes”.
O protesto acontece no que foi considerado pela Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal como o dia “mais negro” devido ao despedimento colectivo que se consoma hoje para a maioria dos 401 trabalhadores em causa.
O Climáximo refere em comunicado que “o que está a acontecer em Matosinhos nem é uma transição, nem é justa“, apontando para a concentração da produção nacional da Galp em Sines, o aumento para o dobro da produção global através da exploração de petróleo e gás nas “ex-colónias” e a “ausência total de planos de justiça social para os trabalhadores, visto que vão destruir mais 1.600 postos de trabalho em Matosinhos e de 5.000 na Área Metropolitana do Porto“. Estes números são referentes a um estudo, encomendado pela Câmara Municipal de Matosinhos à Universidade do Porto para avaliar os impactos socioeconómicos do fecho do complexo petroquímico no concelho.
Em alternativa, os activistas apontam que “em vez desta transição para a catástrofe, é preciso uma transição justa garantida através de um plano massivo de centenas de milhares de Empregos para o Clima“. Na definição do colectivo, empregos para o clima são “novos postos de trabalho, no sector público, nos sectores-chave que têm impacto directo nas emissões e com garantia de requalificação profissional e prioridade ao emprego para as pessoas que trabalham nos sectores poluentes”.
Lê-se ainda no comunicado que “o que está a acontecer em Matosinhos serve de exemplo assustador para o que ocorrerá em Sines a breve trecho, se não pusermos já em marcha um rumo alternativo: planear o fecho da Refinaria da Galp em Sines, garantindo uma transição justa“. O Climáximo apela, por isso, a uma mobilização forte para o compromisso Vamos Juntas!, em que os signatários se comprometem a um bloqueio pacífico da refinaria no próximo dia 18 de Novembro.
Vê o vídeo da ação em:
https://www.facebook.com/climaximopt/videos/558734838679828
https://www.instagram.com/p/CT2cdp7D6OS/
https://twitter.com/ClimaximoPT/status/1438183860928401416