Guerra continua na Ucrânia
Os confrontos continuaram durante a última semana, com a Rússia a fazer avanços e a capturar várias cidades ucranianas. Os refugiados já ultrapassam um milhão e as mortes e destruição vão-se acumulando. Existem sucessivos apelos por parte do governo Ucraniano para se instituir uma no-fly zone (zona de exclusão aérea). Na prática, esta significaria que aviões de NATO estariam autorizados a confrontar aviões russos em território Ucraniano, uma escalada que aumentaria a possibilidade de uma guerra nuclear global catastrófica.
A guerra na Ucrânia, as sanções impostas à Rússia e a possibilidade de um embargo completo ao petróleo russo estão a fazer disparar o preço dos combustíveis fósseis. O Petróleo está perto de bater o recorde de 2008 de 147,5 dólares americanos e o gás está 20 vezes mais caro do que há um ano. No caso português, a gasolina vendida aos consumidores já ultrapassou os dois euros por litro.
Os preços já vinham com uma tendência ascendente em bens como: carne, ovos, pão e vegetais. Com a nova escalada dos preços, o problema deverá agravar-se. Além dos preços dos combustíveis, a subida do preço dos fertilizantes – uma forte exportação da Rússia, agora ameaçada pela quebra de conexões comerciais – também deverá contribuir para a subida dos preços da alimentação.
Órgãos de informação acusados de ligação à Rússia banidos da Europa e de plataformas digitais
O RT – canal operado pela Rússia – foi proibido de operar nas televisões da Europa e também foi banido das plataformas digitais como o YouTube, Twitter, Facebook e não só. Outros canais e plataformas também foram banidos em diversas plataformas, inclusive a Redfish – página nas redes sociais baseada em Berlin liderado por uma antiga jornalista da RT – foi banida do Instagram. Uma publicação viral na qual eram apontados vários bombardeamentos a acontecer em todo o mundo, além da Ucrânia, terá sido a causa direta da censura. Assim, abre-se um precedente perigoso, no qual estados e plataformas digitais podem decidir quais as fontes de informação que podem ou não operar nos nossos ecrãs.
A central Nuclear de Zaporizhzhia foi palco de um combate entre tropas russas e ucranianas, chegando mesmo a provocar um incêndio nas instalações. Apesar de não ter havido um risco sério de poder deflagrar um desastre nuclear, o incidente levantou preocupações, com a possibilidade de em qualquer conflito militar que envolva territórios com centrais nucleares se poder espoletar um desastre nuclear.
Para poder distanciar-se economicamente da Rússia, a União Europeia planeia cortar num só ano 80% do gás russo que consome. Este representa atualmente 40% do consumo total Europeu. Para compensar esta redução no consumo de gás russo, no total de 112 mil milhões de metros cúbicos, para já, projetam-se compensações de 50 mil milhões de metros cúbicos por gás liquefeito, 10 mil milhões por outros fornecedores e 20 mil milhões serão compensados através de energia eólica. A construção de conexões entre a Península Ibérica com o resto da Europa é colocada em cima da mesa. No longo prazo, isto deverá significar uma maior ambição das metas de transição energética da União Europeia.
Além da entrega de gás liquefeito da Rússia denunciada pelo Climáximo que chegou a Sines na passada sexta-feira, Portugal continua a receber nestes dias cargas oriundas do mercado russo.