É preciso preservar todos os ecossistemas que ainda temos para 1.5!

O Movimento Dunas Livres luta para preservar as dunas do pouco litoral selvagem que sobrevive em Portugal da sua destruição irreversível para a construção de mega-empreendimentos turísticos. A Habita junta-se a esta luta reclamando o direito à cidade, à habitação e o direito ao lugar de todas as pessoas que habitam nestes territórios.

É preciso lutar contra a especulação, gentrificação e a turistificação do sudoeste alentejano e da costa vicentina. O turismo promete postos de trabalhos mas já sabemos que muitas vezes são sazonais e precários, e como tal lutamos juntas contra a precarização do trabalho e pelo direito a viver uma vida digna com rendas sustentáveis e acesso a serviços de saúde e educação para todos os habitantes, independentemente da sua origem ou situação laboral.

É preciso impedir 5 novos campos de golf em zonas áridas e o aumento do consumo de recursos naturais em regiões onde não há qualquer sustentabilidade já actualmente, para turismo de luxo e segundas habitações para sobreviver no limiar de 1.5.

Temos mais de 730.000 casas vazias ou abandonadas em Portugal e cada nova construção representa um grande consumo de recursos naturais e emissões, veja-se o exemplo da CIMPOR. Ao mesmo tempo que se investe em empreendimentos de luxo não se resolve a carência habitacional de cerca de 30000 famílias em Portugal, e sabemos que existem pequenos proprietários em zonas rurais que vivem em condições muito precárias e sem apoios para fazer obras. O luxo vende o pôr-do-sol mais bonito da Europa mas esquece-se de anunciar que em Portugal ainda se morre de frio. O investimento em empreendimentos turísticos perpetua o ciclo de financeirização da habitação, e o estado continua a não querer resolver os problemas habitacionais de quem cá vive, contribuindo para aumentar o custo de vida das populações locais.

É preciso não insistir mais numa economia dependente do turismo, de pessoas que vêm e vão de avião para virem jogar golf a Portugal. Travar o turismo de elevadas emissões para ficarmos aquém de 1.5, para que a subida do nível médio das águas do mar não inunde o Estuário do Sado e Lagoas de Santo André e Sancha e todo o betão da Península de Tróia.

1.5 para as Dunas continuarem Livres e Dunas Livres para 1.5.