Comunicado | A vitória na ciclovia da Almirante Reis tem de abrir um novo capítulo de expansão de transportes públicos e ciclovias na cidade

A decisão de Carlos Moedas de recuar na proposta arcaica de retirar parte da ciclovia da Almirante Reis para introduzir mais carros na cidade peca por tardia, tendo-se perdido meses num conflito incompreensível em plena crise climática. Nenhum projeto que aumente emissões pode avançar, quando necessitamos cortá-las massivamente. A pressão popular e social foi determinante para este desfecho, mas é necessário olhar para esta vitória dos movimentos da cidade como abertura de um novo capítulo: Lisboa precisa expandir massivamente os seus transportes públicos e torná-los universalmente gratuitos e deve aumentar o número e qualidade das ciclovias por toda a cidade.

Depois de meses de ameaças, obras veladas, projetos opacos e consultas públicas forjadas, Carlos Moedas anunciou hoje a sua desistência de retirar a ciclovia da Almirante Reis. Fá-lo perante a pressão popular e social e a mobilização determinada de comunidades e movimentos que desde a sua tomada de posse afirmaram a necessidade da ciclovia ficar. Esta vitória é apenas uma vitória perante uma proposta absurda de aumentar a circulação automóvel na cidade em plena crise climática. Não chega, naturalmente. O Climáximo, coletivo pela justiça climática, congratula-se portanto com este desfecho mas reconhece a necessidade absoluta de virar completamente o discurso e a ação para a necessidade de uma enorme expansão da mobilidade pública e suave em Lisboa.

A cidade precisa da consolidação das ciclovias pop-up, da expansão da rede ciclável para garantir a continuidade e chegada a toda a cidade, assim como ter várias zonas sem carros de forma permanente. Para equilibrar esta nova realidade, precisa também de ter três a quatro vezes mais transportes públicos com novas rotas e paragens, que possam ser utilizados de forma gratuita.

É necessário garantir a neutralidade de carbono de Lisboa em 2030 e cortar mais de 85% das emissões de gases com efeito de estufa esta década. Não é opcional ou apenas uma ferramenta retórica para jogos partidários – é o que temos de fazer para travar o colapso climático. Hoje celebramos, mas não temos tempo de parar.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Facebook
Twitter
Instagram
RSS
Flickr
Vimeo
Climáximo